Pentágono descarta intervenção militar para derrubar Maduro
Autoridade militar afirmou que os esforços do Pentágono estão concentrados em colaborar em gestão e inteligência com os aliados dos EUA na região
Internacional|Da EFE
O almirante Craig Faller, responsável pelo Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (SouthCom), descartou nesta quarta-feira uma intervenção militar iminente na Venezuela para derrubar o governo do presidente Nicolás Maduro e garantiu que uma transição democrática "já está no caminho".
O militar compareceu nesta quarta-feira (30) à Comissão de Serviços Armados da Câmara dos Representantes para abordar os desafios que as forças americanas enfrentam na América do Sul e no Caribe, em uma audiência que esteve marcada pelos últimos eventos que aconteceram em Caracas.
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Faller disse que "o alto comando (militar dos EUA) deixou claro que esta tem, ou deve ser, principalmente uma transição democrática".
"Nós apoiamos completamente o processo diplomático", disse o almirante, em resposta a uma pergunta do presidente da comissão, o democrata Adam Smith, sobre se ele considerava que as forças armadas dos EUA teriam algum papel para derrubar o governo de Maduro.
Faller assinalou que os esforços do Pentágono estão concentrados em colaborar em gestão e inteligência com os aliados dos EUA na região, e que Washington já está analisando como será "o dia seguinte" no caso de uma hipotética saída de Maduro.
"Uma transição democrática está no caminho", garantiu o almirante.
Faller acusou Maduro de liderar "uma ditadura brutal" e a Rússia de fornecer a ele "um salva-vidas através empréstimos, de apoio técnico e militar e de sua retórica".
Além disso, o almirante enviou uma mensagem direta aos membros das forças armadas e de segurança da Venezuela: "Vocês têm a oportunidade de fazer o correto e de aliviar o sofrimento do povo e de suas famílias, a quem juraram proteger. Quando a democracia tiver sido restaurada, esperamos que vocês voltem aos serviços".
Os EUA vêm pressionando os militares venezuelanos para que deem as costas a Maduro e aceitem como presidente legítimo o líder opositor Juan Guaidó, que é reconhecido como chefe de Estado interino da Venezuela por mais de 50 países.
Na madrugada de ontem, Guaidó liderou uma rebelião militar que permitiu a libertação do também opositor Leopoldo López, que estava em prisão domiciliar desde meados de 2017, e que resultou em protestos no país.