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Peru: protestos contra novo governo têm 2 mortos e 94 feridos

Os atos populares são de oposição ao chefe de governo de transição, que ocupa o lugar de Martín Vizcarra, que foi destituído pelo Congresso

Internacional|Do R7

Manifestantes e policiais se chocam durante durante protesto contra o novo governo
Manifestantes e policiais se chocam durante durante protesto contra o novo governo

A repressão aos protestos contra o novo presidente do Peru, Manuel Merino, teve saldo de dois mortos, 94 feridos e 42 desaparecidos em Lima, segundo informações divulgadas neste domingo (15) por organizações de direitos humanos e fontes nos hospitais locais.

Leia também: Congresso peruano depõe presidente Martín Vizcarra

Os atos populares de oposição ao chefe de governo de transição, que ocupa o lugar de Martín Vizcarra, que foi destituído pelo Congresso, aconteceram durante a noite deste sábado (14). As manifestações começaram logo depois da posse de Merino, na segunda-feira (9) e vêm acontecendo seguidamente.

Os dois mortos por disparo de arma de fogo durante os protestos foram identificados como Inti Sotelo, de 24 anos, e Jack Pintado, de 22. O primeiro foi baleado no rosto, e o segundo no pescoço, de acordo com informações do Ministério da Saúde local.


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Além disso, 94 pessoas foram feridas, com 63 sendo encaminhadas para hospitais. A maioria desse grupo é formado por homens com menos de 30 anos, que deram entrada por traumas, inalação de gases tóxicos ou impacto de balas de borracha, indicou a pasta.

Prisões arbitrárias


Já segundo a Coordenadoria de Direitos Humanos do Peru, há 42 desaparecidos. Segundo Mar Pérez, porta-voz da organização, a existência desses casos coincide com o de prisões arbitrárias realizadas por agentes de segurança durante os protestos.

Oficialmente as autoridades locais indicam que apenas cinco pessoas foram detidas durante os atos.


"Estamos, realmente, surpreendidos por esse número de presos. Só temos contabilizadas cinco prisões. Parece para nós que privilegiaram as detenções arbitrárias, que não foram registradas", afirmou a advogada.

Além disso, foi denunciado um caso de abuso sexual contra uma detida, que foi obrigada a ficar nua e a ser submetida a um "exame íntimo". A mulher havia sido presa por imprimir folhetos contra o atual presidente do país.

A Coordenadoria de Direitos Humanos do Peru, inclusive, indicou que policiais agrediram integrantes da Defensoria do Povo, órgão autônomo de supervisão do Estado.

Diferente do que aconteceu em Lima, os protestos em outras cidades peruanas aconteceram sem registros de incidentes.

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