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Pesquisa mostra que 64% dos venezuelanos acreditam que houve fraude nas eleições

61% dos entrevistados afirmaram ter votado no candidato da oposição; 35% disseram ter preferido Maduro

Internacional|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília


Suposta reeleição de Maduro é contestada Divulgação/Governo Bolivariano da Venezuela – 3.8.2024

Uma pesquisa da Atlas Intel divulgada neste sábado (3) aponta que 64% dos venezuelanos acreditam que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão do país responsável pelas eleições, fraudou o resultado do pleito do último domingo (28). O atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi proclamado vencedor pelo CNE na segunda (29), mas a oposição e parte da comunidade internacional questionam os dados.

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O também candidato Edmundo González, principal nome contrário ao chavista, reivindica vitória e diz ter recebido ao menos 70% dos votos. O órgão alega que Maduro venceu com 52% das preferências, enquanto González teria recebido 43%. As atas da votação, que têm as informações completas das urnas por seção eleitoral, ainda não foram apresentadas.

Pelo levantamento deste sábado (3), 26,9% dos entrevistados acreditam que o órgão eleitoral não fraudou os resultados e outros 9% não souberam responder. Os dados foram coletados entre 30 e 31 de julho, com 800 eleitores da Venezuela. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.

Entre 31 de julho e 1º de agosto, subiu a quantidade de venezuelanos que creem que Maduro apropriou-se do cargo de presidente, de 43,6% para 60,6%. Em contrapartida, o número de cidadãos que dizem que o presidente não usurpa o cargo caiu de 48,4% para 28,4%.


O trabalho também mediu a imagem dos líderes políticos venezuelanos entre 31 de julho e 1º de agosto. A avaliação positiva de González saltou de 52% para 64%. No caminho contrário, a percepção favorável a Maduro caiu de 41% para 29%.

Mais de 60% votaram na oposição

A pesquisa também mostrou que 60,8% dos participantes indicaram ter votado em González, contra 34,7% que disseram ter escolhido Maduro. Escolheram outros candidatos 2,9%. Brancos e nulos são 1,7%.


A maior parte dos entrevistados acha o governo do atual presidente ruim ou muito ruim — 59,7%. Os que julgam o desempenho de Maduro como regular somam 16,6%. As avaliações excelentes e boas ficaram em 17,5%.

Desde a proclamação do resultado pelo CNE, as ruas venezuelanas foram tomadas por manifestações — tanto a favor do chavista quanto convocadas pela oposição. Em dois dias de protestos, ao menos 16 pessoas morreram, mais de 100 ficaram feridas e 750 foram presas. De acordo com Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal Venezolano, das 16 mortes, pelo menos cinco foram registradas em Caracas, incluindo dois menores de idade. Maduro afirma ter prendido 1.200 opositores.


O levantamento Atlas Intel apontou que a maioria (50,2%) crê ser possível negociar uma solução pacífica para o conflito, enquanto 26,1% julga não ser possível. Outros 23,7% disseram não saber.

Segundo a pesquisa, 39% dos venezuelanos não apoiam nem participam dos atos contrários a Maduro, enquanto 36,7% apoiam as manifestações, mas não participam. Quem apoia e participa soma 24,3%.

Revisão feita por agência contesta resultado mostrado por Maduro

Uma análise feita pela agência de notícias AP (Associated Press) das folhas de contagem indica que González obteve muito mais votos do que o governo alegou. As informações das folhas foram divulgadas nessa sexta-feira (2) pela oposição. A AP processou quase 24 mil imagens, o que corresponde aos resultados de 79% das máquinas de votação.

Cada folha codificou a contagem de votos em QR codes, que a AP decodificou e analisou programaticamente, resultando na tabulação de 10,26 milhões de votos. Segundo os cálculos, González recebeu 6,89 milhões de votos — quase meio milhão a mais do que o governo diz que Maduro ganhou.



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