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PF prende 'coiote' que enviava crianças brasileiras para os EUA

Operação visa desarticular rede que atuava no Brasil e no exterior. Grupo criminoso já movimentou mais de R$ 25 milhões 

Internacional|Agência Estado e Ana Luísa Vieira, do R7

'Coiote' envia crianças brasileiras para os EUA
'Coiote' envia crianças brasileiras para os EUA

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (18) um dos principais suspeitos de enviar crianças brasileiras ilegalmente para os Estados Unidos. O "coiote" foi detido em Ji-Paraná, em Rondônia. 

A prisão faz parte da terceira fase da Operação Piratas do Caribe, deflagrada nesta quarta-feira para desarticular o ramo internacional de uma rede de criminosos responsável pelo envio ilegal de crianças e adolescentes do Brasil aos EUA. 

A ação é resultado de uma cooperação com a Bahamas e EUA, contando com o apoio a agência de imigração americana, a ICE (Immigration and Customs Enforcement). No Brasil, a operação é conduzida pela PF em Rondônia.

Ao todo, são cumpridos dois mandados de prisão e três de buscas e apreensão no Brasil e no exterior. 


Nesse modelo, segundo a PF, o "coiote" promove o "ingresso de adultos ilegalmente acompanhados de crianças ou adolescentes, para que assim esses adultos não sejam imediatamente deportados".

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Por causa da política de tolerância zero do atual presidente americano, Donald Trump, essas crianças eram separadas de seus pais e mantidas em abrigos do governo. De acordo com a PF, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 25 milhões ao enviar anualmente cerca 150 adultos e 30 crianças aos EUA.


Os mesmos alvos também são investigados pelo desaparecimento de 12 brasileiros que tentavam a travessia de barco entre as Bahamas e EUA.

No curso da investigação, foi ainda constatado que muitos brasileiros transportados pelo grupo acabaram morrendo enquanto tentavam a travessia — inclusive com suspeita de assassinatos.


Histórico

A Operação Piratas do Caribe iniciou suas investigações para apurar o desaparecimento de um brasileiro ao tentar ingressar nos EUA.

A PF descobriu que os imigrantes ficavam em cidades com aeroportos internacionais até receberem a ordem de embarque para as Bahamas — facilitada por um agente de imigração.

No país caribenho, os imigrantes aguardavam vários dias para tentar fazer a travessia de barco e assim ingressarem clandestinamente nos Estados Unidos.

"Além de todos os conhecidos riscos que envolvem a imigração ilegal para outros países, os coiotes escondiam os reais perigos envolvidos na travessia como a passagem pela região do Triângulo da Bermudas, famosa pelo alto índice de tempestades, naufrágios e desaparecimento de embarcações e aeronaves", diz nota da PF divulgada nesta quarta-feira, 18.

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