Polêmica lei do hino nacional da China entra em vigor em Hong Kong
Além das penas de prisão, ela estipula multas de cerca de R$ 32 mil para quem não respeitar a execução; medida tenta coibir protestos
Internacional|Da EFE, com R7
A polêmica lei do hino nacional da China, que pode levar a até três anos de prisão quem insulte a "Marcha dos Voluntários", entrou em vigor nesta sexta-feira (12) em Hong Kong, após sua aprovação, no último dia 4, no Conselho Legislativo da cidade semi-autônoma.
Fontes citadas anonimamente pela emissora de rádio "RTHK", de Hong Kong, explicaram que a polícia da antiga colônia britânica recebeu treinamento sobre como aplicá-la e que diretrizes internas "sugerem que a legislação seja usada apenas contra aqueles que insultam deliberadamente o hino".
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Além das penas de prisão, a recém-aprovada lei estipula multas de até 50 mil dólares de Hong Kong (cerca de R$ 32 mil) para quem não respeitar o hino. O texto foi aprovado com 41 votos a favor e apenas um contra.
Deputados da oposição, bem como milhares de manifestantes, expressaram sua oposição a essa nova lei, que consideram violar a liberdade de expressão, além de não considerarem a forma correta de levar as pessoas a respeitarem o hino nacional chinês.
Há mais de um ano, a situação em Hong Kong vem se deteriorando devido ao impacto de protestos pró-democráticos na economia da cidade semi-autônoma, onde o PIB local caiu 2,8% e 3% nos últimos dois trimestres. 2019, respectivamente, e 8,9% no primeiro de 2020, agravado este ano pela pandemia da covid-19.
A situação política local também está longe de ser resolvida, com os governos, tanto em Pequim quanto em Hong Kong, pouco amigáveis com diálogos ou concessões e com um movimento pró-democrático que ganhou novo impulso após a aprovação do lei que entra em vigor hoje e uma lei de segurança aprovada pelo legislativo chinês no mês passado.