Por que a Grécia é considerada o melhor país para se aposentar?

Os humanos estão vivendo 20 anos a mais do que viviam em 1950 e um número crescente de pessoas está optando por passar suas últimas décadas no exterior.

Vender sua casa e deixar amigos e familiares para trás em busca de uma nova vida no exterior é uma grande mudança que exige pesquisas sérias antes de dar o mergulho.

A revista mensal e website International Living acaba de lançar seu Índice Global Anual de Aposentadoria, que avalia os principais destinos do mundo para aposentados em categorias que incluem custo de vida, saúde, moradia, vistos, clima e facilidade de integração.

O novo primeiro lugar para 2026 é um país ensolarado no Sul da Europa, cujas milhares de ilhas pitorescas o tornaram um ponto de interesse turístico, mas o International Living diz que ele tem tudo o que é necessário para uma estadia permanente também.

“A ascensão da Grécia ao número um marca uma mudança no cenário de aposentadoria da Europa”, diz Jennifer Stevens, editora executiva do International Living. “Por anos, Portugal e Espanha lideraram o caminho, mas mudanças recentes de visto e o aumento dos custos levaram os aposentados a procurar em outro lugar. A Grécia agora oferece o que muitos procuram – uma base europeia bonita, acolhedora e acessível, com opções de residência acessíveis e um estilo de vida que parece rico em todos os sentidos.”

Aqui está uma lista com os 10 principais países do índice de 2026, que é baseado em dados recentes, além de informações da rede global do International Living de mais de 200 especialistas e expatriados.

Grécia

O programa Golden Visa (Visto Dourado) da Grécia, que concede uma permissão de residência a estrangeiros que fazem um investimento imobiliário mínimo de 250.000 euros (R$ 1.488.500), é um dos mais acessíveis da Europa, diz o International Living. Também obteve uma pontuação alta em clima, saúde e moradia.

Patricia Mahan e Dan Matarazzo, dos Estados Unidos, compraram uma casa de dois quartos por US$ 150.000 (R$ 794.100) em Kritsa, uma vila em Creta, em 2023. “Queríamos nos mudar para perto do mar”, disse Mahan à CNN Internacional no ano passado. “Em um lugar acessível.”

As outras prioridades que influenciaram sua decisão foram que eles “queriam vida de vila”, mas “precisavam estar perto de comodidades como instalações médicas de ponta, um aeroporto próximo, feiras semanais de produtores e supermercados e lojas de todos os tipos para mobiliar nossa casa.”

Panamá

O Panamá é o favorito entre todos os países na categoria de vistos/benefícios para aposentados do índice. Há muito tempo ele corteja aposentados dos EUA e seu Programa Pensionado oferece vantagens impressionantes: 50% de desconto em entretenimento, 30% de desconto em transporte, 25% de desconto em passagens aéreas, 15% de desconto em contas médicas e descontos em tudo, desde eletricidade até refeições fora de casa.

“O sistema de saúde do Panamá rivaliza com o dos EUA em qualidade – sem a etiqueta de preço”, diz o relatório do International Index. “Uma estadia em hospital que poderia custar US$ 30.000 (R$ 158.820) em Miami pode custar US$ 3.200 (R$ 16.940,80) aqui, incluindo tomografias computadorizadas e medicação.”

CNN Internacional escolheu o Panamá como um de nossos melhores destinos para visitar em 2024. Elogiamos a Cidade do Panamá como a única capital mundial com uma floresta tropical dentro dos limites da cidade e também destacamos seu bairro antigo, um Patrimônio Mundial da UNESCO.

O país também possui mais de uma dúzia de parques nacionais, incluindo o Parque Nacional Volcán Barú, o ponto mais alto do Panamá.

Costa Rica

A Costa Rica ficou em primeiro lugar na categoria de clima do índice, e este é um país que leva seu meio ambiente a sério. Um total de 25% de sua massa terrestre é floresta protegida, diz o International Living, e 99% de sua energia vem de energia renovável.

“É também uma das poucas nações a reverter o desmatamento, abrigando agora 10 mil espécies de plantas e 850 tipos de pássaros”, diz a publicação.

A Península de Nicoya, na Costa Rica, é uma das apenas cinco “zonas azuis” no mundo, regiões conhecidas pela longevidade de seus moradores.

Embora ainda não em idade de aposentadoria, a americana Kema Ward-Hopper mudou-se com sua família para Pueblo Nuevo, em Nicoya, em 2018, após ser submetida a tratamento para câncer de mama.

“Os benefícios para a saúde da zona azul, eu acho, aparecem mais tarde na vida”, ela disse à CNN Internacional em 2025. “Mas notamos que nos sentimos melhor quando estamos aqui. Nossa saúde cardíaca e pulmonar parecem estar melhores.”

Portugal

Portugal fica em segundo lugar, perdendo apenas para a França, na categoria de saúde do índice e também pontua alto em clima e desenvolvimento/governança.

O país encerrou seu programa Golden Visa para desenvolvimento de propriedade residencial, mas outros vistos de investimento permanecem. O International Living diz que para a maioria dos aposentados interessados em se mudar para o país, “o visto D7 padrão de ‘renda passiva’ é ideal – exigindo comprovação de renda estável em vez de grandes investimentos (tão pouco quanto US$ 1.011 por mês, cerca de R$ 5.358,89)”.

Cynthia Wilson, de Seattle, e seu marido Craig Bjork foram aprovados para o visto D7 e em 2022 se mudaram para a pequena cidade de Marinha Grande, localizada na Costa de Prata, perto da famosa praia de surfe Nazaré.

“Vou voltar para os EUA em uma urna”, disse Wilson à CNN Internacional em 2024. “Para os americanos, é mais barato viver aqui, se você não morar em Lisboa, Porto ou no Algarve. Esses lugares são como tentar viver em São Francisco ou Manhattan.”

México

“Cerca de um milhão de americanos e canadenses já chamam o México de lar – a maior população de expatriados norte-americanos em qualquer lugar da Terra”, diz o International Living.

O México pontuou alto nas categorias de vistos/benefícios para aposentados e desenvolvimento e governança.

O relatório do International Living diz que “as rodovias são excelentes, a internet é rápida e a infraestrutura é moderna. Adicione a isso um custo de vida notavelmente baixo, saúde de primeira linha e um caminho fácil para a residência.”

Janet Blaser, originalmente de Nova York, mudou-se da Califórnia para o México 20 anos atrás. “Cheguei em Mazatlán, e parece tão brega, mas tocou meu coração”, ela disse à CNN Internacional no início deste ano. “Foi realmente fácil conhecer pessoas”, ela diz. “Então me senti muito acolhida e como se pudesse fazer isso.”

Itália

A categoria com maior pontuação da Itália no índice foi a classificação de afinidade, que se refere à facilidade de integração e o que o International Living chama de “sentimento instintivo”, já que esta é uma decisão que “envolve o coração e também a cabeça”.

Também teve um bom desempenho na categoria de saúde, igualando a pontuação da Grécia de 89 em 100.

O casal de Massachusetts Doug e Leah Johnson comprou e reformou um apartamento do século XIV na cidade de Vasanello, localizada na região italiana de Lazio. Custou-lhes apenas 9.000 euros (um pouco mais de US$ 10.000, cerca de R$ 53.940) em 2019.

“O mais incrível na Itália é que eles realmente preservam edifícios antigos. Não é fácil derrubar uma estrutura importante”, disse Doug à CNN Internacional em 2023.

Ele também disse que acharam os habitantes locais muito acolhedores. “Acho que muito disso é a novidade de ter americanos investindo e amando sua comunidade”, ele diz. “Às vezes entramos em lojas para um cappuccino, ou pão, e eles não nos deixam pagar.”

França

O International Living elogia o “renomado sistema de saúde universal” da França, dando-lhe uma pontuação de 97, a mais alta de qualquer país no índice. No entanto, essa fama no exterior está ganhando notoriedade em casa; legisladores franceses estão atualmente considerando uma proposta para acabar com a assistência médica gratuita para aposentados estrangeiros e fazê-los pagar uma contribuição mínima.

Qualquer que seja o resultado, é provável que a França permaneça um destino muito atraente para aposentados, com sua combinação vencedora de clima, cultura e culinária.

Em dezembro de 2021, Mary Jane Wilkie trocou Nova York por Paris aos 79 anos. Ela disse à CNN Internacional este ano que foi a melhor decisão que ela já tomou.

“No final das contas, eu sabia que não queria dizer no meu leito de morte: ‘Eu sempre quis me mudar para a França, mas não o fiz’”, disse Wilkie. “Uma vez que você sabe o que não quer dizer no seu leito de morte, você sabe o que fazer com a sua vida.”

Espanha

Saúde (94) e classificação de afinidade (90) são as categorias nas quais a Espanha teve melhor desempenho, enquanto o custo de vida (75) é um pouco mais fraco.

O casal de Indiana Regina e John Zdravich mudou-se para a Espanha em 2018. Eles compraram uma casa em Garcia, Catalunha, por 165.000 euros (cerca de R$ 973.992). Eles fizeram a escolha após encontrarem obstáculos em uma tentativa de mudança para a Itália.

O casal obteve vistos não-Lucrativos, uma permissão que permite que cidadãos não pertencentes à União Europeia vivam no país sem trabalhar ou se envolver em qualquer atividade profissional, para a Espanha.

A Catalunha tem seu próprio sistema de saúde pública, que pode ser acessado por qualquer um de seus residentes.

“John teve que fazer uma cirurgia nas costas, não pagamos um centavo”, disse Regina à CNN Internacional em 2024. “Você vai e compra uma receita, e pode usar suas moedas do bolso.”

Tailândia

A Tailândia foi um dos destinos com maior pontuação na categoria de custo de vida, com apenas o Vietnã e o Sri Lanka pontuando mais alto. Também teve um bom desempenho em clima e desenvolvimento e governança.

O americano Jim Dolan e sua esposa Som construíram uma casa na Tailândia depois que sua propriedade nos EUA foi inundada em um furacão.

“Nossas finanças eram tais que não podíamos viver o que se pensava ser a nossa vida dos sonhos”, disse Jim à CNN Internacional em 2024. “Era bem na época em que eu estava prestes a atingir a idade de aposentadoria. E então decidimos simplesmente fazer a mudança naquele momento.”

Jim conseguiu obter um visto de casamento da Tailândia e o casal então comprou um terreno “sem ver” em Sam Roi Yot, localizado na província de Prachuap Khiri Khan, por cerca de US$ 50.000 (cerca de R$ 264.700).

“É muito quieto. Muito pacífico. Muito seguro”, disse Jim. “Eu me sinto mais seguro aqui na Tailândia do que em qualquer uma das cidades em que morei nos EUA.”

Malásia

Custo de vida (94) e desenvolvimento e governança (90) são as categorias nas quais a Malásia pontuou alto, mas teve uma pontuação relativamente baixa (45) no ranking de afinidade.

“A Malásia oferece uma mistura única de infraestrutura moderna, diversidade cultural e beleza natural. Com seu custo de vida acessível e o programa Malaysia My Second Home (MM2H - Malásia Minha Segunda Casa), é um destino cada vez mais popular para aposentados que buscam um clima quente e tropical”, diz o International Living.

CNN Internacional escolheu a ilha de Penang como um de nossos destinos para visitar em 2022. Elogiamos sua culinária, uma ampla mistura de pratos tradicionais malaios, chineses e indianos, e pela arquitetura histórica encontrada em sua capital, George Town.

Penang Hill é uma reserva da Biosfera da UNESCO repleta de excelentes trilhas para caminhadas e mais de 200 espécies de orquídeas.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp