Prefeito de Nova York declara estado de emergência em meio à crise imigratória

Migrantes estão saindo da fronteira sul dos EUA em direção ao norte, sobrecarregando os abrigos para sem-teto da cidade

07/10/2022 - 17h37 (Atualizado em 20/04/2024 - 05h42)

O prefeito da cidade de Nova York, o democrata Eric Adams, declarou estado de emergência nesta sexta-feira (7) em resposta à chegada de milhares de imigrantes latino-americanos vindos da fronteira sul dos Estados Unidos por meio de ônibus nos últimos meses, o que sobrecarregou o sistema de abrigos para sem-teto da cidade.

A cidade espera gastar 1 bilhão de dólares para administrar o fluxo de requerentes de asilo, disse Adams em um discurso na prefeitura. Mais de 17 mil pessoas vieram para Nova York desde abril, e uma média de cinco ou seis ônibus chegaram a cada dia desde o início de setembro —nove na última quinta-feira (6).

O aumento de chegadas estabeleceu um recorde para o número de pessoas em abrigos em toda a cidade.

"Embora nossa compaixão seja ilimitada, nossos recursos não são", afirmou Adams, pedindo apoio aos governos federal e estadual. "Estamos à beira de um precipício."

‌

O estado de emergência tornará mais fácil para as agências da cidade coordenarem sua resposta mais rapidamente, completou o prefeito.

O governador do Texas, Greg Abbott, um republicano que busca um terceiro mandato nas eleições de meio de mandato de novembro, transportou mais de 3.000 imigrantes para Nova York como parte de um esforço deliberado para chamar atenção para recordes de travessias na fronteira entre EUA e México.

‌

Leia também

Adams criticou Abbott por não alertar as autoridades da cidade ao enviar imigrantes para o norte.

"Milhares de requerentes de asilo foram levados de ônibus para a cidade de Nova York e simplesmente deixados sem aviso prévio, coordenação ou cuidado", disse Adams, chamando o episódio de "crise fabricada".

A cidade de El Paso, controlada pelos democratas, transportou de ônibus cerca de 7.000 imigrantes para Nova York desde o fim de agosto, embora os líderes da cidade digam que estão coordenando com autoridades de Nova York, ao contrário de Abbott.

Ao menos 87 migrantes morreram quando o barco em que viajavam afundou na costa da Síria, disse o ministro da Saúde do país nesta sexta-feira (23), no naufrágio mais mortal dos últimos anos do Líbano, de onde a embarcação partiu. Em razão disso, os parentes das vítimas viajaram até o território sírio em busca dos familiares

"Os parentes das vítimas vieram do Líbano [...] para identificar os mortos", disse Ahmed Ammar, funcionário da saúde em Tartus. O local é o mais meridional dos principais portos sírios e fica a pouco mais de 50 km ao norte da cidade portuária libanesa de Trípoli

Muitos passageiros libaneses eram de regiões pobres do norte do país, especialmente Trípoli. Essa cidade portuária tornou-se um centro de migração ilegal; a maioria dos barcos de migrantes parte das costas do local

Entre os sobreviventes, Wissam Al Talawi, um pai de família que vive em Trípoli e vem de Akkar, outra região pobre do norte do Líbano, foi hospitalizado. 'Eles partiram há dois dias', disse o irmão dele, Ahmad, à AFP. Talawi 'não podia cobrir os custos diários ou o custo de matricular os filhos na escola', continuou

Os corpos das duas filhas de Talawi, de 5 e 9 anos, foram repatriados para o país de origem e enterrados nesta sexta. A esposa e os dois filhos dele continuam desaparecidos, assim como outras 47 pessoas

'Vinte sobreviventes estão sendo tratados em hospitais', indicou a assessoria de imprensa do ministro do Transporte, Ali Hamie, em comunicado reproduzido pela agência estatal de notícias do país. O veículo local detalhou que a Cruz Vermelha recebeu os corpos de sete libaneses e de outros dois palestinos, após a identificação pelos familiares

Em Arida, posto fronteiriço entre o Líbano e a Síria, dezenas de parentes das vítimas esperavam para recuperar os corpos, segundo um fotógrafo da AFP

Um homem espera notícias das duas sobrinhas. "Se eu tivesse a oportunidade de partir, mesmo que morresse, sairia para não viver uma vida indigna neste país", lamenta

Com a grave crise econômica do Líbano, cada vez mais refugiados sírios e palestinos, e também libaneses, tentam cruzar o Mediterrâneo em embarcações improvisadas rumo a países europeus e até para a ilha do Chipre, a 175 km da costa libanesa. Alguns dos sobreviventes indicaram à ONG que a embarcação transportava mais de 150 pessoas, que tinham a intenção de chegar à Itália, ao Chipre e a outros países do continente

Em 23 de abril, outro barco carregado de migrantes desesperados para fugir da grave crise econômica do Líbano afundou, e as equipes de salvamento conseguiram retirar cerca de 45 pessoas vivas e recuperar pelo menos uma dúzia de corpos. Segundo a ONU, pelo menos 38 embarcações com mais de 1.500 pessoas saíram ou tentaram sair ilegalmente do Líbano por via marítima desde 2020

Ao menos 87 migrantes morreram quando o barco em que viajavam afundou na costa da Síria, disse o ministro da Saúde do país nesta sexta-feira (23), no naufrágio mais mortal dos últimos anos do Líbano, de onde a embarcação partiu. Em razão disso, os pare...