Presidente da Catalunha cancela discurso e acirra ânimos na região

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, cancelou de última hora o pronunciamento que faria no Palácio de la Generalitat, em Barcelona, nesta quinta-feira (26) — em que possivelmente dissolveria o Parlamento regional e convocaria eleições parlamentares para o dia 20 de dezembro deste ano, segundo informações da imprensa local. As razões para a suspensão da conferência liderada por Puigdemont são desconhecidas, de acordo com o jornal La Vanguardia. 

A medida seria mais um gesto de rebeldia contra os pedidos do governo central espanhol em Madri. Desde o referendo de independência, os catalães lutam para consolidar sua autonomia enquanto o premiê Mariano Rajoy avança para retirar os poderes políticos e economicos da região. 

Antes do anúncio, lideranças catalãs se reuniram por mais de sete horas para desenhar a estratégia idenpendentista frente às pressões de Madri. Na semana passada, o governo espanhol anunciou que deverá acionar o artigo 155 da Constituição que prevê o fim da autonomia regional de qualquer comunidade do país. De acordo com as autoridades espanholas, na próxima sexta-feira (27), o Senado do país deverá votar sobre a intervenção de Madri na Catalunha.

Agências noticiaram na quarta-feira (25) que Puigdemont já havia rejeitado um convite para falar no Senado espanhol sobre a tentativa de independência da Catalunha. Um porta-voz do presidente disse em seguida que o líder da região não falará no Senado espanhol porque o governo central de Madri já anunciou sua intenção de impor um regime direto sobre a Catalunha para combater sua tentativa de declarar a independência.

Desde o início do dia, vários catalães se concentraram em alguns pontos de Barcelona para manifestar seu apoio à independência da região. O principal ponto da cidade a atrair simpatizantes do movimento separatista se tornou a Praça da Universidad (veja o vídeo). As marchas foram mantidas mesmo após a suspensão do pronunciamento de Puigdemont.