Presidente da França compara protestos no país com invasão das sedes dos Três Poderes, em Brasília
Categorias anunciaram greve, e os franceses foram às ruas para se manifestar contra a reforma da Previdência promovida por Macron
Internacional|Do R7, com informações da AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu nesta quarta-feira (22) a entrada em vigor da impopular reforma da Previdência até o fim do ano, em um momento de intensificação dos protestos contra o projeto do governo.
"Não vamos tolerar nenhum transbordamento", alertou Macron, que chamou esses manifestantes de "sediciosos" e os comparou aos que invadiram o Capitólio nos Estados Unidos, em 2021, e as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em janeiro deste ano.
No dia anterior, em reunião com os legisladores de seu partido, o presidente já havia alertado que a "multidão" e os "distúrbios" não tinham "legitimidade" sobre os representantes do povo — declarações criticadas inclusive por aliados.
"Essa reforma é necessária. Não me faz feliz. Teria preferido não fazê-la", declarou o presidente liberal em uma entrevista aos canais TF1 e France 2, na qual reconheceu a "impopularidade" da medida.
As forças de segurança estão na mira devido às centenas de prisões realizadas desde quinta-feira (16) — que, na maioria dos casos, resultam em libertações sem acusação — e aos métodos usados para controlar os protestos.
A Anistia Internacional alertou nesta quarta para o "uso excessivo e generalizado da força" e para "prisões arbitrárias", preocupações já manifestadas pela oposição de esquerda, por advogados, por magistrados e até pela Defensoria do Povo.
O ministro da Justiça, Eric Dupond-Moretti, pediu firmeza aos promotores e uma "resposta criminal sistemática e rápida" contra os manifestantes detidos.