Presidente da Ucrânia diz que sanções impostas pelos EUA enfraquecerão os russos
Joe Biden anunciou suspensão da compra de gás e petróleo da Rússia, que promete cessar-fogo temporário aos ucranianos
Internacional|Do R7
O presidente ucraniano Volodmir Zelenski agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pelas sanções adicionais tomadas contra a Rússia nesta terça-feira (8). Segundo Zelenski, as medidas "enfraquecerão significativamente os russos".
As novas medidas incluem a proibição de importações de petróleo, derivados de petróleo, gás e carvão da Rússia. Os cidadãos também estão agora proibidos de investir no setor de combustível e energia da Rússia.
"A proibição das importações de petróleo para os Estados Unidos enfraquecerá o Estado terrorista economicamente, politicamente e ideologicamente, porque se trata de liberdade, sobre o futuro, sobre para onde o mundo se moverá", disse Zelenski.
As forças russas continuam a se posicionar em torno de grandes cidades e bombardeá-las em alguns casos, de acordo com líderes ucranianos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia alegando querer proteger a população de língua russa das regiões separatistas do leste, em guerra contra Kiev desde 2014.
O presidente russo exige a desmilitarização da Ucrânia, um status neutro para o país (agora voltado para o Ocidente) e garantia de que nunca fará parte da Otan.
O último balanço das Nações Unidas registra 406 civis mortos na invasão, embora esse número seja certamente muito menor do que o real.
O Pentágono estimou que "2.000 a 4.000 soldados russos" foram mortos desde o início da ofensiva, uma estimativa aproximada que deve ser tomada com cautela, pois foi extraída de várias fontes, segundo autoridades de inteligência dos EUA.
Na tentativa de pressionar Moscou a encerrar a guerra na Ucrânia, os EUA anunciaram a proibição de importação de petróleo russo. O presidente Joe Biden, que enfrenta críticas desde o início dos confrontos, pode ver a popularidade cair ainda mais, já que a medida vai aumentar o valor da gasolina em seu país.
O Reino Unido reduzirá gradualmente as importações de petróleo procedente da Rússia e deixará de comprar o combustível desse país até o fim deste ano, anunciou nesta terça-feira (8) o ministro de Empresas, Energia e Estratégia Industrial britânico, Kwasi Kwarteng.
O período de transição dará ao mercado britânico nove meses para se ajustar às mudanças e garantir novas rotas de abastecimento até que o petróleo bruto e os produtos petrolíferos da Rússia, que representam 8% da demanda do Reino Unido, sejam vetados.
Multinacionais suspendem atividades
Várias empresas multinacionais anunciaram a suspensão de suas atividades na Rússia. O McDonald's fechou temporariamente todas as 850 lanchonetes que tem no país. Os funcionários, no entanto, continuarão recebendo. A Starbucks fez o mesmo com os 130 cafés na Rússia. Já a L'Oréal, gigante do setor de cosméticos, encerrou atividades e suspendeu as vendas online. A Coca-Cola tomou a mesma decisão.
Evacuação de civis
Milhares de civis fugiram nesta terça-feira de áreas sitiadas pelas forças russas. Dois comboios de dezenas de ônibus partiram de Sumy, a cerca de 350 km a nordeste de Kiev, em uma nova tentativa de criar corredores humanitários após os bombardeios do dia anterior, que deixaram pelo menos 21 mortos naquela cidade de 250 mil habitantes.
Cessar-fogo temporário
O Exército russo anunciou que nesta quarta-feira (9) haverá um novo cessar-fogo temporário na Ucrânia. A medida visa garantir a saída de civis ucranianos e será imposta a partir das 9h (horário local, 4h no horário de Brasília). Nesta terça, já há uma pausa nos confrontos para que as pessoas possam deixar o país com segurança.
"A Rússia anuncia um cessar-fogo a partir de 9 de março, às 9h, para que se criem corredores humanitários", diz o comunicado divulgado pelo governo russo.
As tréguas humanitárias vêm sendo motivo de polêmica na guerra entre Rússia e Ucrânia. No último sábado (5), os russos acusaram tropas nacionalistas ucranianas de impedir a evacuação da população civil de Mariupol e Volnovakha, no sudeste da Ucrânia, e garantiram que, das 215 mil pessoas das duas cidades cuja saída teria sido permitida, nenhuma chegou aos corredores humanitários abertos.
Segundo a Tass, agência de notícias oficial russa, o chefe do Centro Nacional para o Controle de Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, declarou que Moscou respeitou "todas as condições da parte ucraniana, tanto em termos de horas como em termos de rotas e segurança".