Presidente do Haiti nomeia Lapin como novo primeiro-ministro
Também no cargo como ministro de Comunicação e Cultura, Jean-Michel desempenhava papel de forma interina desde o final de março
Internacional|Da EFE
O presidente do Haiti, Jovenel Moise, nomeou nesta terça-feira (9) Jean-Michel Lapin como novo primeiro-ministro, cargo que desempenhava de forma interina desde 21 de março.
Também é ministro de Comunicação e Cultura, Lapin deverá apresentar seu plano de governo ao Congresso Nacional, que terá que ratificar sua designação.
Lapin assumiu de forma interina em 21 de março como primeiro-ministro, depois que os deputados destituíram Jean Henry Ceant, após aprovar uma moção de censura contra si pela falta de resposta ao agravamento da crise econômica.
Através de seu perfil no Twitter, Moise informou que nomeou Lapin como novo primeiro-ministro "após as consultas com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado".
Se o programa de governo de Lapin não for ratificado pelas duas Câmaras, Moise deverá apresentar outro candidato.
Ao assumir no mês passado o cargo de forma interina, Lapin prometeu que ia trabalhar "pela paz e a estabilidade" do Haiti, que foi cenário de violentos protestos em fevereiro que reivindicavam a renúncia de Moise, e reconheceu que o país vive "um momento importante no qual o povo espera muito".
Lapin substituiu Ceant, que assumiu o cargo após a renúncia em julho de 2018 de Jack Guy Lafontant como consequência dos violentos protestos causados pelo anúncio de um aumento no preço do combustível, que o governo anulou posteriormente pela pressão social.
No entanto, a crise econômica foi piorando ao longo do ano passado e, em fevereiro deste ano, a inflação ficou em 17%, enquanto o gourde, a moeda nacional, segue perdendo valor frente ao dólar.
Protestos contra governo
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A situação também se agravou por causa dos protestos convocados em fevereiro por um setor da oposição, gerando incerteza e tensão social.
Nesses protestos, convocadas pelo Setor Democrático e Popular, uma das facções mais radicais da oposição, morreram 26 pessoas, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e 40 segundo Rede Nacional para a Defesa dos Direitos Humanos do Haiti (RNDDH), enquanto a polícia não ofereceu dados sobre o número de vítimas.
Os manifestantes também exigiam justiça nas supostas irregularidades no programa Petrocaribe, através do qual a Venezuela fornece petróleo ao país a preços mais baixos.
Uma auditoria revelou irregularidades no programa entre 2008 e 2016, e envolve 15 ex-ministros e funcionários, assim como uma empresa que era dirigida por Moise antes de ele se tornar presidente.
Além disso, o governo não dispõe há dois meses dos recursos necessários para pagar pela gasolina que importa, o que gerou uma escassez energética.