Presidente interina da Bolívia formaliza candidatura à Presidência
Jeanine Áñez já havia dito que não concorreria no pleito de 3 de maio, mas mudou de ideia, alegando que conseguiu formar uma 'imensa aliança'
Internacional|Do R7, com EFE
A senadora Jeanine Áñez, que preside a Bolívia interinamente desde a renúncia de Evo Morales, anunciou nesta sexta-feira que será candidata à Presidência nas eleições do próximo dia 3 de maio.
Ela já havia garantido que não entraria na briga eleitoral, mas mudou de ideia, justificando que conseguiu construir uma imensa aliança que permite que ela seja candidata.
Nesta sexta-feira, Áñez anunciou a união de seu grupo político com forças que se aliaram ao ex-presidente Carlos Mesa no pleito anulado de outubro.
Com o nome de Áñez oficializado, Mesa, derrotado em primeiro turno por Morales nas eleições anuladas de outubro, perde importantes aliados, como o governador do estado de Tarija, Adrián Oliva, que deixa a coalizão Comunidade Cidadã para se unir ao movimento liderado pela presidente interina.
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A expectativa é que o prefeito de La Paz, Luis Revilla, componha a chapa encabeçada por Áñez. No entanto, o nome do candidato à vice-presidência ainda não foi confirmado pela nova aliança política, batizada de Juntos.
Para justificar a mudança de opinião sobre a candidatura, a presidente interina afirmou que tomou a decisão porque viu que os nomes que se lançaram na corrida eleitoral até o momento não foram capazes de unir os bolivianos.
Evo formaliza candidatura de aliados
Também nesta sexta-feira, direto da Argentina, onde recebeu asilo político, o ex-presidente Evo Morales informou que o Instrumento Político do Movimento ao Socialismo pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP) formalizou perante o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) sua participação nas eleições de 3 de maio. A chapa será encabeçada por Luis Arce, com David Choquehuanca como vice.
“Que aliança melhor do que as ideológicas e programáticas, irmãs e irmãos, para garantir o triunfo nas eleições de 3 de maio com nosso binômio Lucho e David”, ressaltou Evo.
O partido do ex-presidente não estabeleceu nenhuma aliança e tem estrutura externa baseada em setores sociais como camponeses, interculturais, mulheres e mineiras Bartolina.
Já os líderes dos protestos contra as eleições de outubro, que acabaram na renúncia de Evo, Luis Fernando Camacho e Marco Pumari anunciaram nesta sexta-feira a criação da aliança ‘Acreditamos na Bolívia’, pela qual vão concorrer à Presidência da Bolívia.
Os bolivianos voltam às urnas no próximo dia 3 de maio para eleger um novo presidente e renovar também os representantes do Legislativo. O pleito de outubro foi anulado depois que a oposição e entidades como a Organização de Estados Americanos (OEA) apresentaram denúncias de fraude.