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Preso na Espanha, ex-general chavista recusa extradição aos EUA

Em julgamento, Hugo Carvajal afirmou que acusações norte-americanas são falsas e que o governo quer tirar dele informações sobre a Venezuela

Internacional|Da EFE

'Não confio na Justiça dos Estados Unidos', afirmou Carvajal
'Não confio na Justiça dos Estados Unidos', afirmou Carvajal

Preso na Espanha desde abril, o ex-chefe de Contrainteligência da Venezuela, general Hugo Carvajal, um dos principais aliados do ex-presidente Hugo Chávez, recusou nesta quinta-feira (12) um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, que o acusam de envolvimento com o narcotráfico.

Durante o julgamento de sua extradição na Audiência Nacional da Espanha, Carvajal afirmou que as acusações dos EUA são falsas e que, na verdade, o governo americano quer tirar dele informações sobre a Venezuela.

Promotores espanhóis disseram concordar com a entrega do ex-general à Justiça dos EUA, mas Carvajal afirmou que se sente ameaçado e disse acreditar que sofrerá represálias se for extraditado.

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"Não confio na Justiça dos Estados Unidos. Só com o que já fizeram a mim tenho motivos suficientes. Não vou ter direito à defesa", afirmou Carvajal na audiência.


Além disso, o ex-general argumentou que todos que poderiam testemunhar em seu favor estão punidos, com os vistos cancelados pelo governo de Nicolás Maduro ou mortos, como é o caso de Chávez, que morreu em 2013. Carvajal se declara seguidor do líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó.

"Conheço Maduro o suficiente e sei do que ele é capaz", disse Carvajal, que permaneceu no cargo de chefe da Contrainteligência da Venezuela no início do governo do atual presidente do país.


Ex-general é acusado por tráfico de cocaína

Carvajal, 59, foi preso na Espanha no último dia 12 de abril em virtude de uma ordem de prisão decretada pelos Estados Unidos. O governo americano acusa o ex-general de traficar cocaína ao país, em algumas ocasiões com ajuda da cúpula das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).


O ex-general argumenta que se reuniu com os líderes da guerrilha para ajudá-los na viagem à Cuba, onde as Farc negociaram com a Colômbia um acordo de paz. Carvajal alega que agia sob ordens de Chávez e com conhecimento do governo do país vizinho.

"A responsabilidade que tive com esse grupo, de buscá-los na fronteira e levá-los a Caracas e depois a Cuba, era uma questão de segurança. (...) É um absurdo que se diga que eu andava com grupos armados na Venezuela protegendo as Farc. É claro que eu fazia isso porque era minha responsabilidade que nada ocorresse a eles", afirmou o ex-general.

A advogada de Carvajal, María Dolores de Argüelles, disse que seu cliente é vítima de uma perseguição política. Para ela, o único objetivo do governo dos EUA é retirar informações do ex-general, que tem conhecimento suficiente sobre o funcionamento interno do governo.

"O material sobre as Farc é confidencial na Venezuela, e as testemunhas estão mortas ou não podem sair da Venezuela. É uma artimanha bastante inteligente: te deixo sem nenhuma defesa e você me dá o que eu quero, informações", afirmou a advogada.

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