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Príncipe saudita diz que ataques são 'teste' à comunidade internacional

Irã, por sua vez, fala em alerta aos 'inimigos da região'. Ofensiva a duas refinarias da Arábia Saudita foi reivindicada por rebeldes houthis do Iêmen

Internacional|Da EFE

Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro saudita
Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro saudita

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, afirmou nesta quarta-feira (18) que os ataques cometidos no sábado (14) passado contra duas refinarias da petroleira saudita Aramco representam "um teste real para a vontade" da comunidade internacional sobre a forma de agir e encarar as ameaças.

"O que ocorreu é um teste real para a vontade internacional diante dos atos de sabotagem ameaçando a segurança e estabilidade internacional", disse Bin Salman ao presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em ligação telefônica, segundo a agência estatal "SPA".

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Durante a conversa, o governante sul-coreano informou que esses ataques não afetam apenas o reino, mas todo o mundo, e pediu à comunidade internacional "medidas severas e uma posição firme em relação a este tipo de ataques de sabotagem".

Bin Salman está na cidade litorânea de Jeddah, onde deve receber nesta quarta-feira o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo. Desde o primeiro momento, o representante americano apontou o Irã como responsável pelos ataques, acusação que o governo iraniano nega.


A ofensiva foi reivindicada pelos rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, mas a coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita declarou que os ataques foram realizados com armas iranianas e que não foram lançados do Iêmen.

A Arábia Saudita iniciou uma investigação sobre os ataques e convidou especialistas de todo o mundo e da ONU para que participem do processo.


Irã fala em alerta aos 'inimigos da região'

Já o presidente do Irã, Hassan Rohani, disse nesta quarta-feira que "inimigos da região aprenderam uma lição" com o ataque dos rebeldes houthis contra a companhia petrolífera saudita Aramco, que ele classificou de um "alerta" para acabar com a guerra no Iêmen.


"Os iemenitas não apontaram para uma escola, um hospital ou um mercado, mas atacaram um centro industrial para alertar seus inimigos", defendeu Rohani, referindo-se aos crimes de guerra atribuídos à coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iêmen desde 2015 contra insurgentes.

Os houthis lançam ataques frequentes contra a Arábia Saudita, mas, nesta ocasião, os Estados Unidos denunciaram que o ataque com dez drones é obra do Irã e, por isso, o secretário de Estado, Mike Pompeo, viajou para Riad para coordenar uma eventual resposta.

Negando novamente o envolvimento do Irã nestes ataques, Rohani disse que os Estados Unidos "em vez de confessar a grandeza de nações como Síria e Iêmen, optam por lançar acusações".

"O Irã nunca quis conflitos na região e nunca os desejará", disse em seu discurso durante a reunião semanal do gabinete.

O presidente também insistiu que o povo iemenita não iniciou o conflito, mas que a "Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, alguns países europeus e o regime sionista foram os que começaram a guerra na região e destruíram o Iêmen".

Início do conflito no Iêmen

O conflito no Iêmen começou, no entanto, quando em 2014 os houthis assumiram o controle da capital Sana e expulsaram o presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, mas se agravou com a intervenção da coalizão liderada por Riad.

Além disso, Hassan Rohani criticou a diferença entre o silêncio da comunidade internacional quando os Estados Unidos vendem armas no valor de centenas de bilhões de dólares para a Arábia Saudita e a "preocupação e raiva" mostradas diante dos ataques à Aramco.

"A política dos senhores (americanos) na região sempre se baseou na criação de guerra e, por 19 anos em qualquer lugar da região em que você veio, incluindo o Iraque, Afeganistão, Síria e Golfo Pérsico, trouxe insegurança", denunciou.

Dirigindo-se a seus rivais do Pérsico, especialmente a Arábia Saudita, Rohani enfatizou que o Irã nunca foi o primeiro a cortar laços diplomáticos e está interessado em "ter boas relações com todas as nações da região".

Riad rompeu relações diplomáticas com Teerã em 2016 e os dois países disputam a influência no Oriente Médio, apoiando lados rivais em vários conflitos, como o Iêmen.

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