Putin diz que trabalhará com EUA em 2020 sob 'condições adequadas'
Presidente da Rússia foi questionado sobre como ficará diplomacia e acordos com mandatário eleito pelos americanos em eleições do ano que vem
Internacional|Da EFE
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (9) que está pronto para cooperar com qualquer presidente que for escolhido pelo povo americano nas eleições de 2020, mas só sob "circunstâncias adequadas" para isso.
Durante discurso no V Fórum Internacional do Ártico, Putin indicou que muitas decisões sobre a relação entre os dois países estão "sob pressão", uma referência às turbulências provocadas pelas ações de "política interna" dos EUA, com um governo já focado no pleito de 2020.
"Uma vez que essa situação se normalize, as perspectivas para uma cooperação bilateral serão abertas em áreas como a luta contra o terrorismo e o desarmamento", afirmou o presidente russo.
"Assim que as condições adequadas forem criadas nos EUA, começaremos a trabalhar", continuou Putin, que não quis se pronunciar sobre uma preferência pela reeleição de Donald Trump.
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Perguntado sobre a continuação de Trump na Casa Branca, Putin se limitou a dizer que a decisão "não depende" dos russos.
"Respeitamos a escolha do povo americano e, seja quem for eleito presidente, estaremos prontos para trabalhar com ele", ressaltou.
Para Putin, a situação da política interna nos EUA não melhorou depois da publicação das conclusões do relatório do procurador especial Robert Mueller, que investigava uma suposta conspiração da campanha de Trump com a Rússia.
"Estão buscando novos pretextos para atacar o presidente Trump. Há um elemento de crise no sistema político americano. Os grupos que atacam o presidente legitimamente eleito não estão de acordo com a escolha do povo americano, reduzem o resultado a nada. Isso é um sistema político em crise", criticou Putin, considerando que não há precedentes similares na história dos EUA.
Putin voltou a afirmar que a Rússia não interferiu nas eleições presidenciais dos EUA de 2016 e que não houve qualquer conspiração entre o Kremlin e Trump.
Desde o início, o presidente russo afirmou que Mueller não encontraria qualquer prova sobre a conspiração.
O presidente russo também disse que não conhecia Trump quando ele visitou Moscou como empresário e ressaltou que, para a Rússia, a viagem não era na época um "evento importante".
"(A investigação) é completamente sem sentido, feita para o consumo do público interno e que é utilizada como parte das lutas políticas internas nos EUA", criticou Putin.