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Putin é acusado de criar ‘catálogo de escravos’ com crianças sequestradas na Ucrânia

Site permite filtrar vítimas por aparência, idade e até “personalidade”; denúncia aponta tentativa de apagar identidade ucraniana

Internacional|Do R7

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  • A Rússia é acusada de manter um "catálogo de escravos" com crianças ucranianas sequestradas.
  • O site permite a busca por vítimas com base em características físicas e pessoais, configurando um esquema de tráfico infantil.
  • A ONG Save Ukraine e autoridades ucranianas denunciam que as remoções de crianças configuram crimes de guerra.
  • Cerca de 700 crianças já foram resgatadas, mas milhares continuam desaparecidas, e a prática é considerada um genocídio.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Putin é acusado de criar “catálogo de escravos” com crianças sequestradas na Ucrânia Divulgação/TASS

A Rússia é acusada de manter um “catálogo de escravos” online com crianças ucranianas sequestradas em territórios ocupados. Segundo a ONG Save Ukraine, o portal reúne quase 300 menores descritos como “órfãos” ou “sem cuidados parentais”, mas ativistas afirmam que muitos foram arrancados das famílias à força, ganharam documentos russos e agora são “oferecidos” a famílias no país como se fossem “animais de pet shop”.

O site, denunciado pelo chefe da ONG Save Ukraine, Mykola Kuleba, permite pesquisar as vítimas por idade, gênero, características físicas, estado de saúde e até por “temperamento”, se são calmas ou ativas. Kuleba classificou a prática como “tráfico digital de crianças” e alertou: “Isso não é adoção, não é cuidado. É tráfico infantil disfarçado de burocracia. Essas crianças tinham nome, família e cidadania ucraniana”.


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O portal seria administrado pelo chamado Ministério da Educação e Ciência de Luhansk, parte da autoproclamada República Popular de Luhansk (LPR), regime instalado por Moscou em território reconhecido internacionalmente como ucraniano. Algumas das crianças nasceram após a ocupação russa de 2014, mas a maioria veio ao mundo antes da invasão e tinha cidadania ucraniana.

Autoridades de Kiev dizem que a lista faz parte de um esquema em larga escala de sequestro, que já teria atingido dezenas de milhares de menores desde o início da guerra em 2022. Pesquisadores de Yale, especialistas da ONU e tribunais internacionais afirmam que as deportações podem configurar crime de guerra. Em 2023, o Tribunal Penal Internacional chegou a emitir mandados de prisão contra Vladimir Putin e sua comissária para crianças, Maria Lvova-Belova, por transferências e adoções ilegais.


Apesar de Moscou alegar que as remoções são “humanitárias”, relatos de sobreviventes mostram outra realidade: espancamentos, fome, confinamento em porões, proibição de falar ucraniano e obrigatoriedade de cantar o hino russo em campos de “reeducação”. Muitas vítimas também ouviram que haviam sido abandonadas pelos pais.

No início deste ano, o Kremlin anunciou que 60 mil crianças ucranianas seriam enviadas para acampamentos de verão em regiões remotas, medida vista por críticos como mais um passo na doutrinação. A conselheira presidencial ucraniana Daria Zarivna acusou Putin de “transformar as crianças em arma”, afirmando que elas estão sendo preparadas para lutar pela Rússia no futuro.


Lvova-Belova, apelidada de “caçadora de crianças de Putin” e sancionada pelo Reino Unido, já se gabou publicamente de “adotar” um garoto de Mariupol. Ela é acusada de comandar a máquina burocrática que apaga a identidade ucraniana antes de entregar os menores a famílias russas.

Segundo a iniciativa “Tragam as Crianças de Volta à Ucrânia”, quase 700 jovens já foram resgatados, mas milhares seguem desaparecidos. “Isso é genocídio”, declarou o comissário de Direitos Humanos da Ucrânia, Dmytro Lubinets. “Essas crianças não são mercadorias. São vítimas de uma campanha brutal para apagar o futuro da nossa nação.”

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