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Putin recebe apoio da China em meio a tensão com a Ucrânia

Em paralelo, esforços diplomáticos europeus vêm se intensificando para evitar uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia

Internacional|Do R7

O presidente da Rússia, Vladimir Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu nesta sexta-feira (4) o apoio da China de Xi Jinping, em meio ao impasse com o Ocidente na crise entre a Rússia e a Ucrânia, enquanto os esforços diplomáticos europeus se intensificam para evitar uma guerra.

O Kremlin confirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, é esperado em Moscou na segunda-feira (7), e o chanceler alemão, Olaf Scholtz, em 15 de fevereiro, para conversas com o presidente russo.

Macron também visitará a Ucrânia na terça-feira (8), e Scholtz, em 14 de fevereiro.

Em visita a Pequim pouco antes da abertura da Olimpíada de Inverno, Putin se uniu ao parceiro chinês em uma declaração conjunta a favor de uma "nova era" nas relações internacionais e do fim da hegemonia americana.


Nesse documento, Rússia e China — cujas relações com Washington estão cada vez mais tensas — denunciam o papel das alianças militares ocidentais, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Aukus (aliança militar entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido), definindo-as como destrutivas para "a estabilidade e uma paz justa" no mundo.

Em particular, expressaram oposição "a qualquer futura ampliação da Otan", ecoando a principal exigência de Moscou para uma diminuição das tensões em torno da Ucrânia.


Moscou reuniu dezenas de milhares de soldados nas fronteiras da Ucrânia, o que, para os ocidentais, é o sinal de uma grande operação militar que está por vir.

A Rússia, que nega qualquer projeto nesse sentido, diz que se sente ameaçada pela Otan. Para que as tensões diminuam, pede o fim da política de expansão da Aliança Atlântica e sua retirada do Leste Europeu. Um pedido considerado inaceitável por europeus e americanos.


Moscou e Pequim defendem o conceito de "indivisibilidade da segurança", no qual o Kremlin se baseia para exigir a saída da Otan de sua vizinhança. Nesse sentido, argumenta que a segurança de uns não pode ser alcançada à custa da dos demais, apesar do direito de cada Estado, e, portanto, da Ucrânia, de escolher alianças.

Balé diplomático

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que se ofereceu para mediar a crise ucraniana e esteve em Kiev na quinta-feira (3), acusou o Ocidente nesta sexta de "piorar as coisas" entre Rússia e Ucrânia.

Enquanto isso, russos e americanos continuam a trocar farpas. Washington assegurou, sem apresentar provas, que Moscou planejava preparar um vídeo de um ataque falso para ter um pretexto para invadir a Ucrânia.

Os Estados Unidos já haviam levantado a possibilidade de a Rússia realizar uma operação "sob falsa bandeira" — em que um país usa sinais de reconhecimento do inimigo para semear confusão.

O Kremlin rejeitou essas acusações, pedindo que não se dê crédito às afirmações das autoridades americanas. O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, denunciou as alegações como "delirantes".

Os europeus intensificaram, por sua vez, os esforços diplomáticos para evitar uma guerra no flanco oriental da União Europeia.

As visitas de Emmanuel Macron e de Olaf Scholtz à Rússia e à Ucrânia fazem parte dessa perspectiva, sendo França e Alemanha os dois mediadores do conflito entre ucranianos e separatistas pró-russos apoiados por Moscou.

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"Muitos tópicos estão na agenda. Acima de tudo, haverá discussões sobre as garantias de segurança" exigidas por Moscou, antecipou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sobre Macron.

Quanto à visita de Scholtz, sua primeira à Rússia desde que substituiu Angela Merkel no cargo de chanceler, o funcionário do Kremlin disse esperar "conversas substanciais".

A Ucrânia declarou, nesta sexta, estar satisfeita com o apoio ocidental, que, em sua opinião, permitiu derrotar "a estratégia de intimidação" adotada por Moscou nos últimos meses.

Kiev recebeu nesta semana a visita de dirigentes britânicos, poloneses, turcos e holandeses, e se prepara para as de Macron e Scholtz.

Para o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kouleba, "a Rússia perdeu este jogo".

Em uma vitória simbólica, o gigante americano YouTube fechou, nesta sexta-feira, os canais usados pelos separatistas pró-russos, em guerra contra as forças de Kiev desde 2014. Até agora, esse conflito deixou mais de 13 mil mortos.

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