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Quem é “Pipo”, o suposto líder da gangue Los Lobos que teria forjado a própria morte?

O suspeito apresentou um atestado de óbito falso por Covid-19 em 2021

Internacional|Rocío Muñoz-Ledo, da CNN Internacional

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Wilmer Geovanny Chavarría Barre, conhecido como "Pipo", foi preso na Espanha após forjar sua própria morte em 2021.
  • Considerado o líder da gangue Los Lobos, ele é responsável por cerca de 400 mortes e operações de narcotráfico a partir do exterior.
  • A colaboração entre a polícia equatoriana e a espanhola foi fundamental para localização e captura de "Pipo", que vivia entre a Espanha e Dubai.
  • Após sua captura, o Equador planeja solicitar sua extradição para enfrentar a justiça em seu país.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Pipo", líder da maior quadrilha criminosa do Equador, foi preso anos após fingir sua morte JohnReimberg/X via CNN Newsource

Wilmer Geovanny Chavarría Barre, conhecido como “Pipo”, apontado pelo governo do Equador como o criminoso mais procurado da região e considerado o líder máximo da gangue Los Lobos, foi preso neste domingo (16) em Málaga, Espanha.

Sua captura encerra anos de busca internacional que se complicaram, segundo autoridades equatorianas, quando o chefe do crime fingiu sua morte em 2021, mudou de identidade e passou por sete cirurgias faciais para fugir da justiça.


“Capturamos o alvo de mais alto valor. Hoje as máfias recuam. Hoje o Equador vence”, anunciou o presidente Daniel Noboa em X (antigo Twitter).

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Seu Ministro do Interior, John Reimberg, disse que o líder criminoso é responsável por pelo menos 400 mortes e por coordenar atentados, narcotráfico e mineração ilegal a partir do exterior.


Reimberg explicou que Chavarría esteve preso entre 2011 e 2019 na Penitenciária do Litoral e na prisão de Turi, de onde administrou “durante anos” operações criminosas para Los Lobos.

Após ser libertado, sua estrutura se expandiu e, segundo o ministro, chegou a superar a de Adolfo Macías, conhecido como ‘Fito’, líder histórico de Los Choneros e que atualmente enfrenta um julgamento em um tribunal de Nova York por acusações federais de narcotráfico e tráfico de armas.


“Este indivíduo —para quem Fito não é mais do que um aprendiz— fingiu a sua morte em 2021”, escreveu o ministro na sua conta X.

De acordo com o ministro, após apresentar a certidão de óbito falsa por Covid-19, Chavarría obteve uma nova identidade na Venezuela, depois se registrou na Colômbia, obteve um passaporte colombiano e viajou com esse documento para a Espanha em 2022, onde montou uma base de operações criminosas.


Desde a Europa —principalmente na Espanha, Países Baixos e Itália—, e com conexões no México e na Colômbia, “Pipo” teria dirigido um esquema de narcotráfico e lavagem de dinheiro vinculado ao Cartel Nova Geração Equador e a cartéis mexicanos, colombianos e europeus.

“Estava como morto. Tinha uma certidão de óbito de 2021. Solicitamos perícia e foi determinado que era falsa”, explicou o ministro no programa Sucre Radio, que acrescentou que o chefe do crime adotou uma nova identidade e operava a partir da Europa enquanto ordenava assassinatos no Equador.

Reimberg, que estava neste domingo (16) em Madri, também afirma que “Pipo” se submeteu a sete cirurgias faciais e que vivia entre a Espanha e Dubai, um destino que as autoridades descrevem como um ponto de refúgio para redes criminosas que controlam a mineração ilegal e o tráfico de ouro.

A localização de Chavarría exigiu um trabalho conjunto entre a Polícia do Equador e a Polícia Nacional da Espanha que durou vários anos, segundo Reimberg. Uma equipe do Equador se instalou na Espanha para seguir cada uma de suas identidades e movimentos.

“O trabalho com a Polícia espanhola foi fundamental para podermos seguir o rasto. Enviamos uma equipe que esteve trabalhando todo este tempo em conjunto com a Polícia da Espanha fazendo o acompanhamento até conseguir obter a localização de quando ele vinha para a Espanha e onde ficava”, afirmou Reimberg. Segundo sua versão, “Pipo” frequentava mansões e hotéis de luxo.

Sua captura ocorreu em Málaga, onde as autoridades espanholas conseguiram confirmar a sua verdadeira identidade após o cruzamento de informações enviado pelo Equador, segundo o ministro.

“Com cada uma das identidades que ele tinha, foi feito o acompanhamento pertinente até conseguir saber que ele estava aqui na Europa”, acrescentou.

Chavarría se tornou o criminoso mais procurado do Equador depois que, em junho de 2025, as autoridades recapturaram José Adolfo Macías Villamar, conhecido como “Fito”, líder de Los Choneros, que estava foragido por um ano e meio após escapar da Cadeia Regional de Guayaquil, onde cumpria uma pena de 34 anos por narcotráfico, assassinato e crime organizado.

Sob o comando de “Pipo”, Los Lobos deslocaram Los Choneros como a organização criminosa mais poderosa do país.

Isso foi feito através de alianças com o CJNG (Cártel Jalisco Nova Geração), a expansão do controle territorial e a incursão na mineração ilegal.

Em 2024, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sancionou Los Lobos, descrevendo-os como uma estrutura com “milhares de membros” que impulsionou a escalada de violência no Equador. Washington identificou Chavarría como seu líder máximo, envolvido em tráfico de drogas, assassinatos por encomenda e mineração ilegal.

O Tesouro também destacou que, enquanto estava preso entre 2011 e 2018, “Pipo” dirigia grupos de pistoleiros que na época operavam sob a órbita de Los Choneros, antes de se tornar seu rival. Segundo as autoridades americanas, em 2022 ele ordenou a morte de dois líderes dessa organização.

Além disso, o Departamento do Tesouro diz que Los Lobos foram apontados no Equador por planejar o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio em 9 de agosto de 2023, após um comício em Quito. O Departamento de Estado dos EUA (Estados Unidos da América) ofereceu uma recompensa de US$ 6 milhões (R$ 31.908.600 reais, cotação atual) por informações sobre os responsáveis por este crime que comoveu o país.

Após sua captura, os Estados Unidos parabenizaram o Equador pela operação. “Lembrem-se: se os governos não combatem o crime, é porque são CÚMPLICES; tolerar o crime é uma DECISÃO, não um DESTINO. Um forte abraço aos nossos amigos equatorianos por este grande feito e todo o meu respeito!”, escreveu o subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, em sua conta X.

A detenção de “Pipo” foi anunciada no mesmo dia em que o presidente Noboa enfrentou um revés político: os equatorianos rejeitaram em um referendo a instalação de bases militares estrangeiras, uma medida que o governo via como chave para combater o crime organizado.

Embora a captura tenha sido celebrada como um avanço importante, o resultado do referendo deixou dúvidas sobre a margem política do Executivo para sustentar a sua estratégia de segurança.

O Ministro da Defesa Nacional do Equador, Gian Carlo Loffredo, confirmou à imprensa local que o Equador solicitará a extradição de Chavarría. Uma vez no país, disse ele, ele poderá ser transferido para El Encuentro, a nova prisão de segurança máxima que o governo descreve como o centro da sua política de combate ao crime organizado.

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