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Quem era Hashem Safieddine, primo do ex-líder do Hezbollah possivelmente morto por Israel

Terrorista era primo do ex-secretário-geral da organização, assassinado em um bombardeio no Líbano no fim de setembro

Internacional|Do R7

Safieddine teria sido cogitado para assumir o cargo de secretário-geral do Hezbollah Reprodução/Redes sociais

O sucessor de Hassan Nasrallah no comando do grupo terrorista Hezbollah teria sido morto em um bombardeio de Israel nos arredores de Beirute nos últimos dias. O anúncio foi feito na terça-feira (8) pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, sem mencionar nomes.

No entanto, um homem era tido como possível sucessor de Nasrallah, morto em um ataque das FDI (Forças de Defesa de Israel) em 27 de setembro.

Hashem Safiedinne ocupava o cargo de presidente do Conselho Executivo do Hezbollah e era primo de Nasrallah por parte de mãe.

Os dois estudaram teologia no Iraque e no Irã. Em 1994, Safiedinne foi chamado de volta ao Líbano e passou a ser preparado para a sucessão no comando do Hezbollah.


Ele sempre foi uma figura importante na organização terrorista e tinha estreitos laços com o Irã — o filho dele é casado com a filha do ex-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana, Qasem Soleimani, morto em um ataque dos Estados Unidos em Bagdá, em janeiro de 2020.

Safieddine foi designado como terrorista em maio de 2017 pelo Departamento de Estado americano.


O paradeiro do primo de Nasrallah era desconhecido desde que intensos bombardeios israelenses atingiram o subúrbio de Beirute que é o reduto do Hezbollah.

Na quinta-feira (3), os israelenses teriam eliminado também o responsável pelos sistemas de comunicação do grupo.


Dezenas de alvos da organização extremista voltaram a ser atacados pela Força Aérea de Israel nas últimas 24 horas.

As FDI bombardearam depósitos de armas, quartéis-generais e outras infraestruturas do Hezbollah no Líbano, principalmente em Dahieh, subúrbio ao sul da capital e reduto do grupo, e na região central de Beirute.

“O Hezbollah posiciona suas fábricas de produção de armas e munições sob edifícios residenciais no centro de Beirute, colocando em risco a população da região”, dizem as FDI em comunicado.

Em 20 de setembro, Israel eliminou Ibrahim Aqil, que comandou a Divisão de Operações e era chefe interino do Estado-Maior da organização, cargo que assumiu depois de outro assassinato conduzido pelos israelenses, o de Fuad Shukr, em 30 de julho.

O que é o Hezbollah

Desde o ataque do grupo terrorista palestino Hamas a Israel, em 6 de outubro do ano passado, as tensões na fronteira com o Líbano também aumentaram, com investidas do Hezbollah, aliado do Hamas.

Hezbollah significa “Partido de Alá” ou “Partido de Deus”, nome que foi dado pelo ex-aiatolá do Irã Ruhollah Khomeini.

A organização foi fundada no início da década de 1980, no Líbano, e conta com a maior fatia de apoio militar e financeiro iraniano. O grupo faz parte da estratégia do Irã de exportar os ideais da Revolução Islâmica, em 1979.

O Departamento de Estado dos EUA estimou, em 2018, que Teerã enviava mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões, na cotação atual) anualmente ao Hezbollah, cifra que caiu a partir de 2020 devido a sanções americanas, à queda da cotação do petróleo e à pandemia de Covid-19.

O secretário-geral da organização, Sayyid Hassan Nasrallah, afirmou, em 2016, que “o orçamento do Hezbollah, tudo o que ele consome, suas armas e mísseis, vem da República Islâmica do Irã”.

Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em 2020 o Hezbollah havia se tornado o ator não estatal mais fortemente armado do mundo, com pelo menos 130 mil foguetes e mísseis.

O poder financeiro fez com que o Hezbollah entrasse para a política libanesa ao concorrer a cargos públicos pela primeira vez em 1992, conquistando postos importantes no governo e no setor econômico do país desde então.

O grupo foi o responsável pelo assassinato do então primeiro-ministro do Líbano Rafic Hariri, em um atentado com bomba, em 2005.

O Hezbollah tem algum apoio dentro do Líbano, principalmente da população xiita, mas a maioria da população não endossa suas ações.

Segundo o Wilson Center, durante a década de 1980 o Hezbollah realizou vários atentados suicidas contra pessoal e instalações dos EUA no Líbano, além de tomar dezenas de reféns estrangeiros, incluindo mais de uma dúzia de americanos.

Na Guerra do Líbano em 2006, o Hezbollah desempenhou um papel central como ator não estatal, ao entrar em confronto com as Forças de Defesa de Israel. O conflito começou quando o grupo capturou dois soldados israelenses na fronteira e lançou foguetes contra cidades e vilarejos no norte de Israel.

A organização demonstrou sua capacidade militar, disparando uma grande quantidade de foguetes em direção a Israel e causando danos materiais e baixas civis. A guerra resultou em uma intensa ofensiva israelense no sul do Líbano, mas o Hezbollah conseguiu resistir e infligir perdas significativas às forças israelenses.

O conflito se encerrou com um cessar-fogo mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e teve um impacto profundo na política e na segurança da região, consolidando ainda mais o status do Hezbollah no Líbano e no cenário internacional.

Nesta semana, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que o país estava entrando em uma “nova fase” da guerra, com o foco se movendo para o norte, em uma referência à fronteira com o Líbano, território dominado pelo Hezbollah.

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