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Rebeldes de Tigré tomam Lalibela, patrimônio mundial da Unesco

Vila ancestral com relíquias da civilização medieval na Etiópia foi tomada sem resistência por soldados que participam do conflito

Internacional|Do R7

A vila de Lalibela é considerada um patrimônio da humanidade pela Unesco
A vila de Lalibela é considerada um patrimônio da humanidade pela Unesco

Rebeldes da região de Tigré, na Etiópia, mergulhada em um conflito armado, tomaram Lalibela nesta quinta-feira (5), um povoado incluído na lista de patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na região vizinha de Amhara.

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"Chegaram à tarde, e não houve combates. Não havia forças de segurança nos arredores. As forças da TLPF agora estão na cidade", disse um morador à AFP, referindo-se à Frente de Libertação do Povo de Tigré, o partido dos rebeldes.

Meses de conflito

A região do Tigré tem sido palco de combates desde novembro passado, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou tropas do exército para expulsar os governantes da TPLF, a formação regional que Tigré controlava e estava no centro da vida política nacional até 2018.


Abiy, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2019, afirmou que lançou a ofensiva em resposta aos ataques da TPLF a bases militares.

O premiê prometeu uma vitória rápida, mas a guerra se arrastou e, em junho, os combatentes da TPLF retomaram a capital de Tigré, Mekele, de onde os soldados se retiraram.


Desde então, as forças da TPLF avançam para o leste, em direção à região vizinha de Afar, e para o sul, em direção a Amhara, onde está localizada Lalibela.

Soldados e milicianos foram mobilizados em várias partes de Amhara para impedir o avanço dos rebeldes, mas vários moradores de Lalibela explicaram à AFP na quinta-feira que a cidade caiu sem complicações.


“A TPLF chegou à tarde. Eles estavam dançando e brincando na praça da cidade”, disse um morador.

“A maioria das pessoas está se mudando da cidade para áreas remotas”, disse outro morador, que afirmou estar escondido em casa com sua família.

O avanço da TPLF em direção às regiões vizinhas foi amplamente criticado e tanto a ONU, quanto os Estados Unidos, reiteraram esta semana seu apelo pelo fim das hostilidades.

Billene Seyoum, porta-voz de Abiy, disse em uma coletiva de imprensa na quinta-feira que mais de 300 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas por causa dos recentes combates em Amhara e Afar.

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