Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Redes sociais combatem extremismo com contrapropaganda

Diretores do Facebook, Twitter e YouTube depuseram no Senado dos EUA

Internacional|Cristina Charão e Beatriz Sanz, do R7

Executivos do Facebook, Twitter e YouTube em depoimento ao Senado dos EUA
Executivos do Facebook, Twitter e YouTube em depoimento ao Senado dos EUA

Representantes das três principais empresas de tecnologia de comunicação do mundo – Facebook, Google/YouTube e Twitter – defenderam-se das acusações de que estejam incentivando o crescimento de extremismos e de grupos terroristas ao redor do mundo afirmando que atuam de forma proativa na divulgação de contrapropaganda.

As três gigantes da internet foram convocadas para uma audiência na Comissão de Comércio, Ciências e Transportes do Senado dos Estados Unidossobre terrorismo e mídias sociais, realizada nesta quarta-feira (17) em Washington.

Senadores democratas e republicanos registraram de maneira variada sua preocupação de que as redes sociais estão se tornando ameaças à segurança nacional e à democracia nos Estados Unidos. Durante os questionamentos lembraram de casos relacionados tanto a ataques terroristas, como o ocorrido na Maratona de Boston em 2013, ou as investigações em curso sobre a influência russa nas eleições de 2016.

As três empresas ouvidas na comissão registraram crescimento no número de conteúdos identificados e contas banidas nos últimos dois anos. Segundo todas elas, foram feitos investimentos em inteligência artificial e, no caso do Facebook e YouTube, também em recursos humanos para a identificação de conteúdos ofensivos ou potencialmente danosos.


— Nossos avanços em inteligência artificial agora retira 70% do conteúdo extremista em no máximo 8 horas (após a publicação) e metade disso em 2 horas, disse Juniper Downs, diretora de Política Pública e Relações Governamentais do YouTube.

Todas as três companhias também reforçaram que o combate aos extremismos e ao terrorismo passa por contrapropaganda.


— Nós acreditamos que um elemento chave para combater os extremismos é prevenir o recrutamento quebrando as ideologias que levam as pessoas a cometerem atos de violência. Por isso, apoiamos uma variedade de esforços de contrapropaganda, afirmou a chefe de Políticas de Uso e Contraterrorismo do Facebook, Monika Bickert.

O diretor de Política Pública e Filantropia do Twitter, Carlos Monje, ressaltou que a empresa investe em publicidade pro bono de organizações de combate à violência ou ao terrorismo.


Leia também

— As campanhas renderam resultados reais. Uma ONG participante, Average Mohamed, duplicou o seu número de seguidores do Twitter e outro, ExitUSA, triplicou seus seguidores do Twitter.

No entanto, para Clint Watts, especialista convidado para também prestar depoimento na comissão, as “empresas de mídia social se deram conta muito tarde do estrago provocada pelos maus atores” presentes em suas redes.

Segundo ele, o anonimato e a falta de políticas mais restritas de verificação da autenticidade das contas abre caminho para este cenário de extremismos e desinformação.

— A replicação anônima de contas que rotineiramente transmitem grandes volumes de má informação pode significar sério risco à segurança pública e, quando usadas por regimes ou grupos autoritários, um risco direto à democracia.

O debate sobre o papel das redes sociais na política e na segurança nacional cresceu de forma exponencial desde as denúncias de que a Rússia teria influenciado as eleições norte-americanas de 2016 usando robôs para manipular os conteúdos que ganham relevância nas redes sociais.

Desde o ano passado, a possibilidade de uma regulação mais estrita sobre a atuação das grandes redes sociais está sobre a mesa de diversos políticos nos Estados Unidos.

Os representantes do Facebook, Twitter e Google/YouTube repetiram no depoimento que as empresas são as maiores interessadas em banir estes conteúdos e controlar o fluxo de notícias falsas. Para eles, as companhias farão isso sem necessidade de regulação.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.