Reino Unido recua em taxação de agricultores em meio a queda de popularidade do governo; veja análise

O Reino Unido anunciou nesta terça-feira (23) que vai reduzir o plano de aumentar os impostos sobre agricultores e empresas agrícolas, uma medida que tem provocado protestos desde o seu anúncio em 2024. Já o limite para isenção individual do imposto sobre heranças vai aumentar de 1 para 2,5 milhões de libras a partir de abril.

Segundo o governo, a mudança é parte do programa para aumentar a arrecadação de impostos e ajudar a custear os serviços públicos sobrecarregados. Já os agricultores argumentaram que isso destruiria as propriedades agrícolas familiares e reduziria a produção de alimentos.

O recuo seria uma tentativa de conter a queda de popularidade do primeiro-ministro, diz o professor de relações internacionais Vitelio Brustolin. Em entrevista ao Conexão Record News, ele pontua outras ocasiões em que o líder precisou voltar atrás de decisões alvos de reclamação da população.

“Os agricultores vêm protestando contra os impostos e o Keir Starmer vem fazendo meia-voltas nas suas medidas. Em julho, ele recua nos planos de cortar gastos de assistência social, e em junho, ele reduziu uma proposta para diminuir os subsídios nas contas de energia para idosos. Ele tem apresentado as propostas, a população reclama e ele dá meia-volta para não perder a popularidade”, diz.

Quanto à influência do contexto geopolítico britânico no restante do continente europeu, o especialista destaca a defesa do país sobre a continuidade de assistência para a Ucrânia na guerra contra a Rússia. “Existe sim uma projeção de política externa bastante significativa do Reino Unido para a segurança da própria Europa. Não faz mais parte da União Europeia, mas faz parte da Europa e é um dos alvos que a Rússia tem ameaçado”.

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