Relatório do Panamá substituirá documento conjunto da Cúpula das Américas

Cidade do Panamá, 9 abr (EFE).- Os chanceleres americanos definiram nesta quinta-feira que o Panamá, organizador da VII Cúpula das Américas, emitirá um relatório final da reunião, pois por causa das exigências da Venezuela não houve o consenso necessário para adotar um documento conjunto. A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, confirmou que seu país exigiu que, no documento negociado, fosse incluído um parágrafo sobre o decreto dos Estados Unidas que definiu a Venezuela como uma 'ameaça à segurança nacional' e as sanções aplicadas a funcionários venezuelanos, o que não foi aceito por algumas delegações. "Ratificamos nossa exigência sobre a necessidade de esse decreto imperial ser revogado", declarou Rodríguez após a reunião de chanceleres anterior à Cúpula que começa a partir de amanhã, reunindo pela primeira vez os líderes dos 35 países do continente americano. Segundo Rodríguez, "além de conseguir que a revogação desse decreto imperial, é preciso eliminar todos os vestígios de colonialismo e imperialismo que existem nas Américas". A chanceler venezuelana lembrou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em declarações hoje à Agência Efe, admitiu que a Venezuela não representa uma ameaça para seu país, como sustenta a ordem executiva que impôs as novas sanções ao país. "Se (Obama) reconheceu que a Venezuela não é uma ameaça, agora tem que revogar esse decreto. Errar é humano, retificar é dos sábios", disse Rodríguez, que insistiu que as sanções aplicadas ao seu país "são ilegítimas, pois estão fundamentadas em mentiras". A Casa Branca justificou essas sanções pela situação interna venezuelana, classificada de "perseguição" pelos opositores e, como argumentou Obama, "uma erosão contínua dos direitos humanos" no país. Diante do desacordo provocado pela Venezuela, os chanceleres dos 35 países decidiram que a VII Cúpula das Américas terminará sem um documento conjunto e que, em seu lugar, o governo panamenho, como anfitrião do encontro, elaborará um relatório sobre a reunião. A cúpula, a primeira americana que conta com a presença de Cuba, foi convocada sob o lema "Prosperidade com igualdade" e os documentos pactuados antes da reunião se referiam à necessidade de estabelecer mais cooperação em torno de assuntos de infraestrutura e sociais, entre outros. EFE ed/cd