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Relatório revela que 610 crianças foram vítimas de pedofilia em diocese alemã

Casos teriam acontecido na região de Münster, e número de menores abusados pode chegar até a 6.000 nos últimos 75 anos

Internacional|Do R7

Bento 16 era arcebispo da Baviera em parte do período estudado por universidade
Bento 16 era arcebispo da Baviera em parte do período estudado por universidade

Um relatório independente apresentado nesta segunda-feira (13) revelou que 610 crianças foram vítimas de abusos sexuais cometidos por religiosos na diocese de Münster durante 75 anos, embora o número real de vítimas possa chegar a 6.000.

São 183 sacerdotes implicados, segundo o relatório elaborado por cinco especialistas da Universidade de Münster, no oeste da Alemanha, que analisaram os casos de pedofilia entre 1945 e 2020.

No total, foram identificados 196 clérigos, o equivalente a mais de 4% dos clérigos desse bispado, e 90% deles nunca foram processados. O relatório afirma que, em média, dois atos de pedofilia eram cometidos por semana nessa diocese nas décadas de 1960 e 1970.

O estudo reflete um "espantoso histórico", disse um de seus autores, Klaus Grosse Kracht, que denunciou o encobrimento sistemático dos abusos. Os responsáveis "se calaram, guardaram silêncio e só intervieram superficialmente quando foi necessário para evitar um escândalo público", denunciou.


Para Natalie Powroznik, outra autora, o número real de vítimas deve ser de oito a dez vezes maior. "Entre 5.000 e 6.000 meninas e meninos" sofreram abusos sexuais, segundo ela.

O documento se soma a outros estudos sobre o alcance da pedofilia na Igreja católica alemã desde o fim da 2ª Guerra Mundial. O escândalo das agressões sexuais no seio da Igreja católica tem afetado a Alemanha e muitos outros países e implica gravemente o papa emérito Bento 16 enquanto arcebispo na Baviera.


Na arquidiocese de Munique-Freising, entre 1945 e 2019, ao menos 497 pessoas, em sua maioria crianças e adolescentes, sofreram agressões sexuais, segundo um relatório publicado em janeiro. O autor, um escritório de advocacia, acusou o pontífice emérito de inação diante dessa violência sexual e de não ter feito nada em vários casos para impedir o abuso contra crianças.

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Bento 16 reafirmou que nunca havia ocultado atos de agressão sexual.


Outro relatório condenatório, publicado em março de 2021, revelou que centenas de menores sofreram abusos sexuais na diocese de Colônia, a maior do país, entre 1975 e 2018.

Em 2018, vários investigadores universitários, financiados pela Igreja, mas sem acesso aos arquivos, elaboraram outro relatório, que revelou que ao menos 3.677 crianças foram vítimas de violência sexual na Alemanha entre 1946 e 2014.

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