Resumindo a Notícia
- Os republicanos se aproximam de garantir a maioria na Câmara dos Deputados dos EUA
- Controle do Senado é incerto, dois dias após os democratas terem evitado a 'onda vermelha'
- Os republicanos conquistaram pelo menos 210 assentos na Câmara; 33 ainda serão decididas
- Qualquer um dos partidos pode assumir o controle do Senado ao conquistar Nevada e Arizona
Democratas evitaram uma 'onda vermelha' republicana nas eleições de meio de mandato
Rachel Wisniewski/Reuters - 10.11.2022Os republicanos se aproximam de garantir a maioria na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (10), enquanto o controle do Senado ainda é incerto, dois dias depois que os democratas evitaram uma "onda vermelha" republicana nas eleições de meio de mandato.
O Partido Republicano conquistou pelo menos 210 assentos na Câmara, segundo projetou o instituto Edison Research — oito a menos que os 218 necessários para tirar a Câmara dos democratas e barrar a agenda legislativa do presidente Joe Biden.
Embora os republicanos continuem sendo favoritos, havia 33 disputas na Câmara ainda a ser decididas — incluindo 21 das 53 corridas mais competitivas, com base em uma análise da Reuters dos principais analistas apartidários —, o que revela que o resultado final talvez não seja determinado por algum tempo.
O destino do Senado é mais incerto. Qualquer um dos partidos pode assumir o controle ao conquistar disputas apertadas em Nevada e no Arizona, onde as autoridades estão contando metodicamente milhares de cédulas não contabilizdas.
O partido que ocupa a Casa Branca historicamente sofre pesadas baixas na primeira eleição legislativa de meio de mandato. Os resultados de terça-feira (8) sugerem que os eleitores estão punindo o democrata Biden pela inflação mais alta em 40 anos.
Mas os democratas conseguiram evitar a grande derrota que os republicanos haviam antecipado e estavam se mantendo competitivos nas batalhas acirradas pelas cadeiras de Nevada e Arizona no Senado.
Os resultados de terça-feira também sugeriram que os eleitores estavam atacando os esforços republicanos de proibir o aborto e de lançar dúvidas sobre o processo de contagem de votos do país.
Biden classificou a eleição como um teste da democracia dos EUA, em um momento em que centenas de candidatos republicanos abraçaram as falsas alegações do ex-presidente Donald Trump de que a eleição presidencial de 2020 foi fraudada.
Há a possibilidade de a maioria do Senado ser definida em um segundo turno na Geórgia, pela segunda vez em dois anos. O candidato democrata Raphael Warnock e o desafiante republicano Herschel Walker não conseguiram atingir 50% na terça-feira, o que os forçou a uma batalha em 6 de dezembro.
Mesmo uma pequena maioria na Câmara permitiria que os republicanos moldassem o restante do mandato de Biden, bloqueando prioridades como o direito ao aborto e iniciando investigações sobre o governo e a família do democrata.
Biden reconheceu essa realidade na quarta-feira (9), ao dizer que está preparado para trabalhar com os republicanos. Uma autoridade da Casa Branca disse que o presidente conversou por telefone com o líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, que anunciou no início do dia a intenção de concorrer à presidência da Câmara caso os republicanos controlem a casa.
"Acho que o povo americano deixou claro que espera que os republicanos estejam preparados para trabalhar comigo também", disse Biden em entrevista coletiva na Casa Branca.
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Os republicanos devem exigir cortes de gastos em troca de aumentar o limite de endividamento do país no próximo ano, um confronto que pode assustar os mercados financeiros.
Já o controle do Senado daria aos republicanos o poder de bloquear os indicados de Biden para cargos administrativos e para o Judiciário.
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