Rio tem operação para prender policiais civis e militares acusados de suborno

Rio de Janeiro, 30 abr (EFE).- As autoridades do Rio de Janeiro lançaram uma operação, nesta terça-feira, para prender 78 pessoas, entre elas 60 policiais, acusadas de integrar uma rede de corrupção que cobrava subornos de vendedores ambulantes e taxistas irregulares para não reprimir suas atividades. As ordens de detenção, que incluem 53 agentes da Polícia Militar e 7 da Polícia Civil, foram solicitadas durante o desenvolvimento de uma investigação iniciada há seis meses pela Divisão de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, informou hoje esta instituição. A maioria dos policiais acusados de corrupção está adscrita no XIV Batalhão da Polícia Militar, responsável por garantir a ordem pública em Bangu, uma ampla região na zona oeste do Rio de Janeiro. Os responsáveis pela investigação comprovaram mediante vídeos e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça a existência de uma rede dedicada a extorquir vendedores ambulantes nas feiras de Bangu e do bairro vizinho Honório Gurgel. "Temos vídeos em que os policiais aparecem recebendo o dinheiro dos comerciantes e depois dividindo entre os veículos da instituição. Está tudo documentado", afirmou o subsecretário de Inteligência, Fábio Galvão. Os uniformizados acusados de corrupção exigiam subornos dos comerciantes por deixá-los vender produtos piratas e artigos roubados, e de alguns proprietários de motocicletas por deixá-los oferecer serviços apesar de terem licença. Os policiais também são acusados de distribuir entre diferentes comerciantes produtos piratas apreendidos em operações contra os vendedores que se negavam a pagar os subornos. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, cerca de 1.400 agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar foram expulsos das instituições desde 2008 por diferentes irregularidades. EFE cm/ff