Rússia adverte para consequências negativas se Suécia e Finlândia entrarem na Otan
A porta-voz de Relações Exteriores russa assegurou que a medida não ajudará a fortalecer a segurança nacional dos dois países
Internacional|Do R7
A Rússia fez um alerta nesta sexta-feira (15) sobre as consequências negativas da possível entrada da Suécia e da Finlândia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para as relações com Moscou e o sistema de segurança europeu.
"Naturalmente, as próprias autoridades suecas e finlandesas têm que decidir, mas precisam entender as consequências desse passo para nossas relações bilaterais e a arquitetura de segurança europeia em geral, que agora está em crise", disse a porta-voz de Relações Exteriores russa, Maria Zakharova, em comunicado.
Zakharova salientou que a potencial adesão das duas repúblicas nórdicas à Otan "dificilmente contribuirá para reforçar o prestígio internacional da Suécia e da Finlândia", que foram promotoras de muitas "iniciativas construtivas e unificadoras" no passado.
"Se entrarem na aliança, Estocolmo e Helsinque perderão essa oportunidade", advertiu.
Além disso, assegurou que a medida não ajudará a fortalecer a segurança nacional dos dois países. "Eles se encontrarão automaticamente na linha de frente da Otan. Por outro lado, a adesão à Otan implica, de fato, a renúncia a parte da soberania na tomada de decisões no campo da defesa, bem como na política exterior", acrescentou.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, ameaçou nesta quinta-feira implantar armas nucleares no Báltico se a Suécia e a Finlândia aderirem à Aliança Atlântica.
"Será necessário reforçar o grupo de forças terrestres, a defesa antiaérea, implantar importantes forças navais nas águas do golfo da Finlândia. E nesse caso não será mais possível falar de um Báltico sem armas nucleares . O equilíbrio deve ser restabelecido", escreveu Medvedev em sua conta no Telegram.
Ex-primeiro-ministro e presidente da Rússia entre 2008 e 2012, Medvedev salientou que para Moscou "não é tão importante quantos países existem na Otan", mas frisou que, se Suécia e Finlândia ingressarem na organização, a extensão da fronteira terrestre entre a Rússia e a Aliança Atlântica duplicará e por isso — ressaltou — terá de ser reforçada.