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Finlândia e Suécia se preparam para decidir sobre entrada na Otan e Rússia faz ameaças

Moscou disse que reforçará contingente militar, incluindo armas nucleares no mar Báltico, se países fizerem parte da aliança militar

Internacional|

Suécia e Finlândia podem entrar para Otan, e tensão no Leste Europeu aumenta
Suécia e Finlândia podem entrar para Otan, e tensão no Leste Europeu aumenta Suécia e Finlândia podem entrar para Otan, e tensão no Leste Europeu aumenta

A Finlândia entra nesta semana na fase decisiva sobre a sua possível entrada na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), algo impensável há apenas dois meses, antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, e terá uma resolução provavelmente em junho.

O governo do país nórdico deve publicar, a princípio nesta quinta-feira (14), um "livro branco" sobre a segurança do país e as consequências das ações recentes de seu vizinho russo.

Esse estudo estratégico, encomendado no início de março, será o ponto de partida de um debate no Parlamento durante várias semanas.

Assim como a Finlândia, a Suécia está estudando a questão de sua adesão à Otan.

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"Manteremos conversas muito prudentes, mas não levaremos mais tempo que o necessário", disse na última sexta-feira (8) a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin.

"Acredito que terminaremos nosso debate no fim de junho", disse a líder social-democrata.

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"Acho que a solicitação será apresentada em algum momento em maio", para permitir uma decisão na cúpula da Otan, que acontecerá em Madri no fim de junho, declarou à AFP o ex-primeiro-ministro da Finlândia Alexander Stubb, favorável à adesão.

Consultas intensas

Nas últimas semanas, a Finlândia manteve consultas com quase todos os 30 membros da Otan.

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Assim como a vizinha Suécia, o país obteve claras garantias do secretário-geral da aliança militar, o norueguês Jens Stoltenberg, de que as portas estavam abertas e recebeu diversos sinais de apoio, desde os Estados Unidos até a Alemanha, passando por França e Reino Unido.

A mudança na opinião pública também tem sido espetacular: as pesquisas sugerem agora que 60% dos finlandeses estão a favor da adesão, o dobro do índice registrado antes da guerra da Ucrânia.

Já o percentual dos que estão contra a adesão caiu para cerca de 20%.

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Apesar de nem todos terem se pronunciado, também há uma maioria em favor da Otan entre os deputados finlandeses.

É o caso de Joonas Kontta, deputado do Partido de Centro, que acredita que a aliança é "algo de que não necessitávamos". Contudo, a invasão russa "mudou a Europa, sem passo atrás" e "ser membro da Otan nos daria mais valor em termos de segurança", disse à AFP.

Vladimir Putin, que justificou a invasão da Ucrânia pela ampliação da Otan, poderia se deparar com uma fronteira de 1.340 km com a aliança militar ocidental em caso de adesão da Finlândia.

Moscou faz ameaças

O ex-primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev disse nesta quinta-feira (14) que, se a Finlândia ou a Suécia aderirem à Otan, a Rússia reforçará seu contingente militar, incluindo armas nucleares no mar Báltico, perto da Escandinávia.

Em caso de adesão, "as fronteiras da Aliança com a Rússia seriam multiplicadas por dois. E será necessário defender essas fronteiras", revelou o atual número 2 do Conselho de Segurança russo em mensagem via Telegram.

"Neste caso, não poderia mais ser considerado um Báltico não nuclear", acrescentou, evocando também a implantação de sistemas de defesa de infantaria e antiaérea no noroeste da Rússia e forças navais no Golfo da Finlândia.

Referindo-se à população da Finlândia e da Suécia, o responsável estimou que "ninguém em sã consciência [...] pode querer um aumento de tensão nas suas fronteiras e ter Iskander [mísseis] junto à sua casa, [mísseis] hipersônicos e navios com armas nucleares".

O presidente finlandês, Sauli Niinistö, reconheceu no fim de março que uma candidatura à Otan poderia provocar respostas "impetuosas" por parte da Rússia. Os sites do governo finlandês foram alvo de ciberataques na sexta-feira (8).

Segundo o ministro de Relações Exteriores do país nórdico, Pekka Haavisto, a Otan considera que levaria entre quatro e 12 meses para finalizar a adesão.

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