Rússia considera imoral não ter sido convidada para funeral real

Velório da rainha para chefes de Estado será realizado na próxima segunda-feira (19), em Londres, na Inglaterra

15/09/2022 - 17h01 (Atualizado em 20/04/2024 - 05h39)

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou nesta quinta-feira (15) de "profundamente imoral" a decisão do Reino Unido de não convidar representantes para assistir ao funeral da rainha Elizabeth 2ª na próxima segunda-feira (19).

"Vemos como profundamente imoral a tentativa britânica de usar uma tragédia nacional, que tocou o coração de milhões de pessoas em todo o mundo, para fins geopolíticos para ajustar contas com nosso país em alguns dias de luto", disse a porta-voz do ministério russo, Maria Zakharova, em comunicado.

Zakharova explicou que o Ministério das Relações Exteriores britânico informou à Embaixada da Rússia em Londres sobre a decisão de "se abster" de enviar um convite para representantes do país.

"Como desculpa para esse passo, os britânicos mencionaram a atual operação militar especial da Rússia na Ucrânia", declarou.

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A diplomata lembrou que durante a Segunda Guerra Mundial Elizabeth 2ª serviu "nas fileiras da defesa territorial do Exército britânico lutando contra os nazistas e seus cúmplices ucranianos".

Zakharova, que ressaltou que a falecida monarca evitava se envolver nos assuntos de governo, transmitiu as "profundas condolências" russas ao povo britânico pela "grande perda".

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Na semana passada, Putin enviou um telegrama de condolências pela morte da rainha, no qual destacou a "autoridade no cenário mundial", seguido de um telegrama parabenizando Charles 3º pela proclamação oficial como novo monarca do Reino Unido.

Segundo o Palácio de Buckingham, Elizabeth 2ª será enterrada na próxima segunda-feira (19) no Castelo de Windsor, onde estão os restos mortais de seu marido, o duque de Edimburgo, que morreu em 2021.

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Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

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O presidente da China, Xi Jinping, foi convidado pela realeza a participar do evento, mas, segundo o tabloide britânico Daily Mail, é muito difícil que ele vá até o Reino Unido. O líder do partido comunista chinês não faz viagens internacionais desde 2019. Inclusive, a primeira viagem fora do território chinês de Xi acontecerá nesta semana, quando ele vai se encontrar com Vladimir Putin, na Ásia Central

O rei Felipe 6º e a rainha Letizia, membros máximos da realeza espanhola, confirmaram presença no funeral de Elizabeth 2ª. O pai de Felipe, o rei emérito Juan Carlos, que abdicou do trono em 2014, também deverá ser presença no Reino Unido

O presidente francês Emmanuel Macron foi outro líder internacional que confirmou presença no funeral da rainha, que, com a morte, deu lugar no trono ao próximo da sucessão, o filho Charles, que se tornou rei

Já Vladimir Putin ficou de fora da lista de convidados do funeral de Elizabeth 2ª. O presidente russo, alvo de sanções ao redor do mundo, e principalmente da Europa Ocidental, não foi convidado por conta da invasão da Ucrânia pela Rússia. No dia da morte da rainha, Putin prestou condolências e desejou "coragem e perseverança" ao sucessor, Charles 3º

Um dos poucos líderes a apoiar a invasão russa da Ucrânia, o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, também não foi convidado a participar do evento da família real britânica. Assim como a Rússia, o país também sofreu sanções econômicas pela postura em relação ao conflito

Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia desde 2014, confirmou presença nas celebrações em homenagem à monarca. Durante o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o líder turco vem atuando como mediador das negociações de cessar-fogo

Herdeiro do trono da Arábia Saudita, o príncipe Mohammed Bin Salman também foi convidado e confirmou a viagem até Londres, para o funeral. Considerado um pária, o saudita é acusado de mandar matar um jornalista que era crítico ao governo do país, em 2018, na embaixada da Arábia Saudita na Turquia

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