Rússia diz que Kiev proíbe rendição de militares sitiados em Mariupol
Primeiro-ministro ucraniano afirmou que soldados entrincheirados 'lutarão até o fim'. Para porta-voz russo, 'serão todos aniquilados' se continuarem resistindo
Internacional|Do R7
O comando militar russo declarou neste domingo (17) que as autoridades ucranianas proibiram a rendição de seus soldados sitiados na siderúrgica Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, no leste da Ucrânia, a quem a Rússia prometeu poupar a vida se depuserem as armas.
Os últimos soldados da resistência de Mariupol, porém, ainda ocupam determinados locais da cidade e "lutarão até o fim" contra as tropas russas, disse o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, em entrevista transmitida neste domingo (17) pela rede norte-americana ABC.
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"A cidade não caiu. Nossas forças militares, nossos soldados ainda estão ali. E lutarão até o fim", garantiu Shmigal ao programa This Week, horas depois do ultimato russo para que a resistência ucraniana em Mariupol se renda.
Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, acusa o "regime nacionalista de Kiev" de proibir as negociações de rendição.
Konashenkov afirmou ainda que, de acordo com declarações dos militares ucranianos que entregaram prisioneiros, o grupo sitiado no território de Azovstal tem em suas fileiras "até 400 mercenários estrangeiros". "A maioria deles são cidadãos de países europeus, e também do Canadá", acrescentou, para advertir que "se continuarem resistindo, serão todos aniquilados."
Mercenários
O porta-voz militar afirmou que, desde o início da "operação militar especial" russa, segundo Moscou, "6.824 mercenários estrangeiros de 63 Estados" chegaram à Ucrânia. "O maior grupo veio da Polônia: 1.717 pessoas. Cerca de 1.500 mercenários vieram dos Estados Unidos, Canadá e também da Romênia. Da Grã-Bretanha e Geórgia, 300 de cada um desses países", acrescentou.
Os militares russos contavam com 193 mercenários de regiões sírias controladas pela Turquia. "Lembro que os mercenários estrangeiros não têm o estatuto de combatentes de acordo com o direito humanitário internacional. Eles vieram para a Ucrânia para ganhar dinheiro matando eslavos. É por isso que o melhor que os espera são sanções criminais e longos anos de prisão", advertiu.