Rússia lança 38 drones kamikazes iranianos contra regiões de toda a Ucrânia

Ataque ocorreu de madrugada e atingiu uma instituição de ensino e vários edifícios residenciais

03/11/2023 - 12h04 (Atualizado em 20/04/2024 - 04h25)

A Rússia lançou na madrugada desta sexta-feira 38 drones kamikazes iranianos Shahed — conhecidos por chegar a uma velocidade de 185 km por hora, a uma distância de 2.500 km — contra regiões do leste, do centro, do sul e do oeste da Ucrânia, segundo relataram as autoridades militares de Kiev.

Metade desses drones foram abatidos pelas defesas aéreas ucranianas, o que, no entanto, não conseguiu impedir que alguns Shahed alcançassem os seus alvos em várias regiões do país. A cidade mais afetada foi Kharkiv.

Segundo a polícia da região, pelo menos dez drones lançados pela Rússia atingiram infraestruturas civis. Uma instituição de ensino foi atingida e vários edifícios residenciais e administrativos foram danificados.

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Os drones também atingiram cinco “infraestruturas críticas” na região de Lviv, localizada no oeste do país e uma das mais distantes da frente de batalha, segundo o chefe da administração militar da área, Maksim Kozitski.

Kozitski também afirmou que 11 drones russos foram interceptados. Em Odessa, ao sul, o chefe da administração militar, Oleg Kiper, relatou “um impacto” em infraestruturas não especificadas.

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As respectivas autoridades regionais também relataram explosões em Dnipropetrovsk e Khmelnitsky. Além de abater 24 Shaheds, as defesas ucranianas interceptaram, na noite passada, um míssil Kh-59, segundo a Força Aérea ucraniana.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou sobre a possibilidade de um aumento dessas ações por parte da Rússia à medida que o inverno se aproxima. Zelensky também felicitou as Forças Aéreas pelo seu trabalho na derrubada de mísseis e explicou que a Ucrânia está trabalhando para melhorar suas defesas.

VEJA MAIS: Com expulsão de invasores, Ucrânia sofre para achar e desativar minas terrestres escondidas pela Rússia

Nas últimas semanas, a Ucrânia conseguiu reconquistar alguns territórios do leste que estavam sob o domínio da Rússia, que começou a invadir o país em fevereiro de 2022. A expulsão das tropas de Putin deixou um rastro de minas terrestres, foguetes que não explodiram e outros tipos de artefato, que provocam a morte de civis que vivem nessas regiões

Hoje, a Ucrânia é o país do mundo com o maior território com minas terrestres. Algumas entidades internacionais, de caridade, costumam ajudar os soldados ucranianos a encontrá-las e desarmá-las, mas trata-se de um "trabalho de formiga" e que exige muita concentração

Em setembro, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, estimou que a invasão da Rússia criou uma área sob influência de minas estimada em 250 mil km². Isso equivale a toda a área do estado de São Paulo

No mês passado, um fazendeiro morreu e outro se feriu na região de Kherson, no sudeste da Ucrânia, depois que o trator que eles operavam passou por cima de uma mina

Agora sem o domínio da Rússia, a região de Kherson está abarrotada de minas terrestres, o que põe em risco a vida dos fazendeiros que tentam trabalhar a terra

Até julho deste ano, de acordo com um balanço da ONU (Organização das Nações Unidas), pelo menos 298 civis morreram em decorrência de explosões com restos de artefatos. Desse total, 22 eram crianças. Os acidentes também provocaram ferimentos em 632 pessoas

A região de Kharkiv também está liberada do domínio das tropas de Putin e cheia de minas terrestres. Há poucas equipes de desativação disponíveis, e os equipamentos são precários e poucos

Nas buscas são usados drones com sensores capazes de achar as minas, que também estão escondidas nas áreas mais rasas do rio Dnipro. Isso porque os russos queriam impedir a chegada dos tanques ucranianos

Até junho deste ano, ao menos 540 mil itens que não explodiram, de foguetes a minas terrestres, foram localizados

O Banco Mundial estima que o processo de desativação de minas terrestres custará algo em torno de US$ 37 bilhões (cerca de R$ 200 bilhões)

Até agora, a Ucrânia conta com recursos da União Europeia, Croácia, Dinamarca, França, Japão e Reino Unido para tentar localizar e desarmar os artefatos

A tecnologia é aliada para localizar as bombas. Enquanto isso, a Ucrânia prevê que levará décadas para identificar e livrar o solo das ameaças deixadas pela Rússia

Nas últimas semanas, a Ucrânia conseguiu reconquistar alguns territórios do leste que estavam sob o domínio da Rússia, que começou a invadir o país em fevereiro de 2022. A expulsão das tropas de Putin deixou um rastro de minas terrestres, foguetes que ...