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Rússia reduz fornecimento de gás à Europa após bombardeio contra prisão

Moscou já havia cortado pela metade seu volume de entrega ao afirmar que gasoduto não poderia operar sem uma turbina

Internacional|Do R7

Rússia reduziu novamente suas entregas de gás para o Ocidente
Rússia reduziu novamente suas entregas de gás para o Ocidente

A Rússia mais uma vez reduziu suas entregas de gás para o Ocidente neste sábado (30), suspendendo o fornecimento para a Letônia, um dia após o bombardeio mortal de uma prisão onde ucranianos eram mantidos detidos

"Hoje, a Gazprom suspendeu as entregas de gás para a Letônia devido à violação das condições de abastecimento de gás", informou a gigante russa em comunicado no Telegram.

Este anúncio ocorre depois que a Gazprom reduziu drasticamente suas entregas para a Europa esta semana através do gasoduto Nord Stream, citando a necessidade de manutenção de uma turbina. 

A Rússia já havia cortado pela metade seu volume de entrega em junho, dizendo que o gasoduto não poderia operar normalmente sem uma turbina que está sendo reparada no Canadá e que ainda não foi devolvida à Rússia devido às sanções ocidentais. 


Desde então, Alemanha e Canadá concordaram em enviar o equipamento de volta à Rússia, mas a turbina ainda não foi entregue. Enquanto isso, os ataques continuam no leste e no sul da Ucrânia, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou na sexta-feira à noite o bombardeio de uma prisão que matou "mais de 50 pessoas" como um "crime de guerra russo deliberado". 

Moscou acusou as forças ucranianas de serem responsáveis pelo ataque à prisão de Olenivka, onde estavam prisioneiros de guerra ucranianos, em território separatista no leste da Ucrânia. O exército russo reportou 40 mortos e 75 feridos, com as autoridades separatistas pró-russas na região de Donetsk citando até 53 mortos.


O Comitê de Investigação da Rússia acusou as forças ucranianas de terem "disparado contra a prisão onde estão detidos os membros do batalhão Azov, usando projéteis americanos do sistema Himars". 

O regimento Azov se destacou na defesa de Mariupol (sudeste). Após longas semanas de cerco e resistência na siderúrgica Azovstal, cerca de 2.500 combatentes ucranianos se renderam ao exército russo em maio. Moscou fez saber que eles seriam presos em Olenivka.


Mas a Ucrânia negou ter como alvo infraestruturas civis ou prisioneiros de guerra. O Estado-Maior ucraniano acusou a Rússia de tentar "acusar a Ucrânia de ter cometido crimes de guerra" e de "camuflar a tortura de prisioneiros e as execuções" que ali foram "perpetradas". 

Segundo a inteligência ucraniana, o ataque "foi realizado por mercenários da Divisão Wagner" e "não foi coordenado com a liderança" do ministério da Defesa russo. 

Por sua vez, a União Europeia condenou "nos termos mais fortes as atrocidades cometidas pelas forças armadas russas e seus apoiadores", em um comunicado de imprensa do seu chefe de diplomacia visando o bombardeio da prisão e as acusações de tortura.

"Estes atos desumanos e bárbaros constituem graves violações das Convenções de Genebra e de seu protocolo adicional e equivalem a crimes de guerra", acrescentou Josep Borrell.

No terreno das operações militares, as autoridades ucranianas anunciaram neste sábado que os bombardeios russos atingiram várias localidades no sul e leste do país, matando pelo menos uma pessoa em Mykolaiv (sul). 

Em Kharkiv (leste), a segunda maior cidade ucraniana, três mísseis S-300 caíram sobre uma escola que pegou fogo, anunciou o prefeito da cidade, Igor Terekhov.

O prédio principal foi destruído, segundo o prefeito.

Na região de Donetsk, epicentro da ofensiva russa no leste, o prédio da rodoviária e prédios vizinhos foram danificados por um ataque em Sloviansk, segundo o governador regional Pavlo Kyrylenko.

Em relação aos grãos bloqueados na Ucrânia desde o início da guerra, as exportações podem ser retomadas "nos próximos dias", segundo Kiev.

O presidente Zelensky visitou o porto de Chornomorsk, no Mar Negro, na sexta-feira, para supervisionar um primeiro carregamento de grãos para um navio turco, nos termos do acordo alcançado em 22 de julho com a Rússia. 

De acordo com o ministério de Infraestruturas da Ucrânia, 17 navios já foram carregados com grãos em Chornomorsk e Odessa, e dez estão prontos para partir. 

A Ucrânia, como a Rússia, está entre os maiores exportadores de grãos do mundo. Kiev espera vender cerca de 20 milhões de toneladas por cerca de 10 bilhões de dólares como parte deste acordo.

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