Sabotagem e morte de Maduro: como a Venezuela vê a influência da CIA no país
Caracas acusa agência de sabotar refinarias de petróleo e conspirar para matar o ditador em três ocasiões desde 2020; EUA negam
Internacional|Do R7
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (15) ter autorizado operações secretas da CIA (Agência Central de Inteligência) na Venezuela, intensificando as tensões entre os países e renovando as acusações de Caracas ao longo dos últimos cinco anos de envolvimento da agência americana em supostos planos contra o regime de Nicolás Maduro. Trump afirmou que a medida visa combater o tráfico de drogas e pressionar o governo venezuelano, sem detalhar se as operações poderiam incluir ações diretas contra Maduro.
Essa é pelo menos a terceira vez desde 2020 que a Venezuela acusa a CIA de tentar desestabilizar o governo. Em setembro de 2020, Maduro anunciou a captura de um suposto espião americano em Falcon, no noroeste do país, alegando que o homem servia como fuzileiro naval em bases da CIA no Iraque e que participava de ações para sabotar refinarias de petróleo. Na ocasião, Maduro afirmou que o detido estava com armas especializadas e grandes quantias de dinheiro, e que planos de explosão em outras refinarias haviam sido desmantelados pelas autoridades.
A segunda acusação se deu em setembro de 2024, quando três americanos, dois espanhóis e um tcheco foram detidos sob suspeita de planejar o assassinato de Maduro e outros líderes do governo, em suposta conspiração ligada à CIA e ao Centro Nacional de Inteligência da Espanha.
O ministro do Interior, Diosdado Cabello, exibiu imagens de fuzis apreendidos e afirmou que alguns detidos teriam confessado a intenção de executar o plano. O Departamento de Estado dos EUA confirmou a detenção de um militar americano, mas negou qualquer envolvimento no complô, classificando as alegações como “categoricamente falsas”.
Leia mais:
Ainda em 2024, em meados de abril, Maduro acusou os Estados Unidos de instalar bases militares secretas na região de Essequibo, administrada pela Guiana, e de utilizar a CIA para preparar ações de agressão contra a Venezuela.
Ele disse na ocasião que “a Guiana é governada pelo Comando Sul, pela CIA e pela ExxonMobil” e pediu que a população estivesse preparada para defender a integridade territorial do país. A região é rica em petróleo e alvo de disputa com a Venezuela desde 1966, sob mediação da ONU.
As tensões ocorrem em um contexto de reeleição contestada de Maduro em 2024, amplamente criticada por opositores e parte da comunidade internacional. Enquanto o governo venezuelano denuncia conspirações estrangeiras e acusações de sabotagem, os Estados Unidos afirmam apoiar uma solução democrática para a crise política do país, além de declararem guerra contra o narcotráfico, que estaria sendo patrocinado pelo regime, segundo os EUA.
Conflito à vista?
A Força Aérea dos Estados Unidos enviou três bombardeiros estratégicos B-52 nesta quarta-feira (15) para um voo na costa da Venezuela, chegando a menos de 200 km de Caracas.
Em resposta, o ditador da Venezuela ordenou a realização de exercícios militares nas maiores favelas do país, um dia após um novo ataque dos Estados Unidos contra um barco próximo à costa do país.
Perguntas e Respostas
Qual foi a confirmação feita por Donald Trump em relação à Venezuela?
Donald Trump confirmou que autorizou operações secretas da CIA na Venezuela, o que intensificou as tensões entre os dois países e renovou as acusações de Caracas sobre o envolvimento da agência americana em planos contra o regime de Nicolás Maduro.
Qual é o objetivo declarado das operações da CIA na Venezuela?
Trump afirmou que as operações visam combater o tráfico de drogas e pressionar o governo venezuelano, mas não detalhou se essas operações poderiam incluir ações diretas contra Maduro.
Quais foram as acusações anteriores da Venezuela contra a CIA?
A Venezuela acusa a CIA de tentar desestabilizar o governo. Em setembro de 2020, Maduro anunciou a captura de um suposto espião americano que, segundo ele, estava envolvido em ações para sabotar refinarias de petróleo. Em setembro de 2024, três americanos, dois espanhóis e um tcheco foram detidos sob suspeita de planejar o assassinato de Maduro, em uma suposta conspiração ligada à CIA.
O que o ministro do Interior da Venezuela afirmou sobre os detidos em 2024?
Diosdado Cabello, ministro do Interior, exibiu imagens de fuzis apreendidos e afirmou que alguns dos detidos confessaram a intenção de executar o plano de assassinato de Maduro. O Departamento de Estado dos EUA confirmou a detenção de um militar americano, mas negou qualquer envolvimento no complô, classificando as alegações como "categoricamente falsas".
Quais foram as acusações de Maduro em relação à Guiana?
Em abril de 2024, Maduro acusou os Estados Unidos de instalar bases militares secretas na região de Essequibo, administrada pela Guiana, e de utilizar a CIA para preparar ações de agressão contra a Venezuela. Ele afirmou que a Guiana é governada pelo Comando Sul, pela CIA e pela ExxonMobil, e pediu à população que estivesse preparada para defender a integridade territorial do país.
Qual é o contexto político atual na Venezuela?
As tensões ocorrem em um contexto de reeleição contestada de Maduro em 2024, criticada por opositores e parte da comunidade internacional. O governo venezuelano denuncia conspirações estrangeiras, enquanto os Estados Unidos afirmam apoiar uma solução democrática para a crise política no país e declaram guerra contra o narcotráfico, que segundo eles, é patrocinado pelo regime.
O que a Força Aérea dos Estados Unidos fez recentemente em relação à Venezuela?
A Força Aérea dos Estados Unidos enviou três bombardeiros estratégicos B-52 para um voo na costa da Venezuela, chegando a menos de 200 km de Caracas.
Como respondeu Maduro às ações dos Estados Unidos?
Em resposta, Maduro ordenou a realização de exercícios militares nas maiores favelas do país, um dia após um novo ataque dos Estados Unidos contra um barco próximo à costa da Venezuela.
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