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Saiba o que aconteceu com o asteroide que matou os dinossauros

Impacto de 66 milhões de anos atrás vaporizou rocha gigante, criou segunda maior cratera da Terra e mudou planeta para sempre

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Um asteroide de 15 km colidiu com a Terra há 66 milhões de anos, resultando na extinção de 75% das espécies, incluindo os dinossauros.
  • O impacto gerou a cratera de Chicxulub, com 180 km de largura, e liberou energia equivalente a 8 bilhões de bombas nucleares.
  • A poeira do asteroide criou uma camada rica em irídio, evidenciando a relação do impacto com a extinção em massa.
  • Além de um tsunami devastador, o evento causou um "inverno nuclear", afetando drasticamente o clima e a cadeia alimentar global.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Ilustração de como teria sido impacto de asteroide gigante com a Terra, há 66 milhões de anos Divulgação/Don Davis/Nasa

Há 66 milhões de anos, um asteroide gigante, de cerca de 15 km de largura e a 43 mil km/h, colidiu com a Terra. O impacto causou a extinção de cerca de 75% dos animais do planeta, incluindo os dinossauros. Mas o que restou dessa rocha?

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Desintegração total

O asteroide, que tinha o tamanho do Monte Everest, atingiu a Terra na Península de Yucatán, no México, com uma energia equivalente a 8 bilhões de vezes a de uma bomba nuclear da Segunda Guerra Mundial.


Na colisão, ele basicamente se vaporizou, segundo Sean Gulick, professor pesquisador do Centro de Habitabilidade de Sistemas Planetários da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.

Em entrevista ao site especializado Live Science, Gulick explicou que a rocha gigante se transformou em uma poeira fina que subiu para a atmosfera superior e caiu como chuva sobre todo o planeta.


Essa poeira se acumulou ao longo de décadas e formou o que hoje é chamado de anomalia de irídio: uma camada fina de rocha, espalhada pelo globo, com 80 vezes mais irídio do que qualquer outro ponto na crosta terrestre.

O irídio é um metal comum em asteroides, mas raro na superfície da Terra, o que serve como prova direta de que essa camada de 66 milhões de anos está ligada ao impacto que extinguiu os dinossauros.


Fragmentos raros e cratera como testemunha

Quase nada sobrou inteiro do asteroide. O único pedaço conhecido é um fragmento do tamanho de uma semente de gergelim, encontrado por Frank Kyte, geoquímico da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

Ele foi descoberto em uma amostra de núcleo perfurada no Havaí e relatado na revista Nature em 1998. Em 2022, outros fragmentos minúsculos foram alegados, mas sem confirmação por revisão por pares.


“Teríamos que ter muita sorte para encontrar um pedaço maior”, disse Gulick ao Live Science. Se isso acontecesse, os cientistas poderiam estudar melhor o “processo de choque” que o asteroide sofreu, medindo pressões e temperaturas exatas.

O principal rastro deixado pelo asteroide é a cratera de Chicxulub, com 180 km de largura e 20 km de profundidade – a segunda maior do planeta. Nomeada em homenagem a uma cidade próxima, ela fica em grande parte coberta por rochas e sedimentos sob o Golfo do México.

As informações sobre a cratera e sua ligação com a extinção vêm de estudos como o de Alan Hildebrand, cientista planetário da Universidade de Calgary, no Canadá, e coautor da descoberta em 1991.

Efeitos imediatos e globais

O impacto do asteroide gerou um tsunami com ondas de até 1,6 km de altura, que se moveram a 143 km/h pelo oceano. As ondas criaram marcas no fundo do mar, conhecidas como megaondulações, com alturas equivalentes a prédios de cinco andares.

Mais tarde, levantamentos sísmicos mostraram que a água dessas ondas veio diretamente da cratera de Chicxulub, no México, confirmando a ligação do tsunami com o impacto do asteroide na Terra.

Além da destruição local, o evento causou chuva ácida, uma tempestade de fogo global e uma nuvem de detritos que bloqueou o Sol. Isso levou a um “inverno nuclear”, resfriando o planeta, parando a fotossíntese e colapsando a cadeia alimentar.

A duração desse período ainda é debatida, mas o impacto é visto como a causa principal da extinção dos dinossauros não aviários. “A liberação de energia foi como lutar uma guerra nuclear total, repetidas vezes, 10 mil vezes”, comparou Hildebrand.

De acordo com o Museu de História Natural de Londres, a hipótese do asteroide foi proposta em 1980 por Luis Walter Alvarez e seu filho Walter, baseada na anomalia de irídio. Inicialmente controversa, ela é hoje a teoria mais aceita para o fim da Era Mesozoica.

O que sobreviveu

Nem tudo foi culpa só do asteroide. Antes do impacto, a Terra já enfrentava mudanças climáticas, com atividade vulcânica intensa nas Armadilhas do Decão, na Índia, que expeliu gases e alterou o clima global por dois milhões de anos.

Depois do asteroide, no entanto, cerca de 75% dos animais morreram, incluindo amonites, plânctons, pterossauros e répteis marinhos. Plantas foram as menos afetadas, graças a sementes e pólen resistentes, e as com flores dominaram depois.

Segundo o Museu de História Natural de Londres todos os animais terrestres acima de 25 kg foram extintos. Sobreviveram linhagens de mamíferos, répteis e aves – os únicos dinossauros remanescentes.

“Os principais grupos de animais de hoje já existiam antes e sofreram perdas, mas as linhagens ancestrais se mantiveram”, disse Paul Barrett, pesquisador de dinossauros do museu britânico.

Aves evoluíram primeiro para tamanhos maiores, e só 15 milhões de anos depois, na época Oligocena, mamíferos grandes como rinocerontes reapareceram. Os dinossauros continuam como os maiores animais terrestres da história; só baleias os superam.

E se o impacto fosse diferente?

Pesquisas indicam que o local exato do impacto foi crucial. Se o asteroide tivesse caído minutos depois, em águas mais profundas, menos rochas teriam sido vaporizadas, reduzindo o bloqueio solar e a chance de extinção em massa.

Sem o asteroide, Barrett suspeita que alguns dinossauros não aviários ainda existiriam. Nos últimos 10 milhões de anos de seu reinado, eles pareciam prosperar em números, mas com menos variedades – pelo menos na América do Norte, onde o registro fóssil é bom.

Com aves, mamíferos e répteis modernos surgindo, eles talvez não dominassem, mas poderiam ter durado mais.

Perguntas e Respostas

 

O que aconteceu há 66 milhões de anos?

 

Um asteroide gigante, com cerca de 15 km de largura, colidiu com a Terra a uma velocidade de 43 mil km/h, causando a extinção de cerca de 75% dos animais do planeta, incluindo os dinossauros.

 

Onde o asteroide atingiu a Terra?

 

O impacto ocorreu na Península de Yucatán, no México, e teve uma energia equivalente a 8 bilhões de vezes a de uma bomba nuclear da Segunda Guerra Mundial.

 

O que aconteceu com o asteroide após a colisão?

 

O asteroide se vaporizou durante a colisão, transformando-se em uma poeira fina que subiu para a atmosfera e caiu como chuva sobre todo o planeta.

 

O que é a anomalia de irídio?

 

A anomalia de irídio é uma camada fina de rocha com 80 vezes mais irídio do que qualquer outro ponto na crosta terrestre, formada pela poeira do asteroide. O irídio é comum em asteroides, mas raro na superfície da Terra, servindo como prova do impacto que extinguiu os dinossauros.

 

O que sobrou do asteroide?

 

Quase nada sobrou inteiro do asteroide, exceto um fragmento do tamanho de uma semente de gergelim, encontrado em uma amostra de núcleo no Havaí. Outros fragmentos minúsculos foram alegados em 2022, mas sem confirmação.

 

Qual é a principal evidência do impacto do asteroide?

 

A principal evidência é a cratera de Chicxulub, que tem 180 km de largura e 20 km de profundidade, sendo a segunda maior do planeta. Estudos confirmaram sua ligação com a extinção dos dinossauros.

 

Quais foram as consequências do impacto?

 

O impacto gerou um tsunami com ondas de até 1,6 km de altura e causou chuva ácida, uma tempestade de fogo global e uma nuvem de detritos que bloqueou o Sol, levando a um "inverno nuclear" que resfriou o planeta e colapsou a cadeia alimentar.

 

Qual foi a duração do impacto e suas consequências?

 

A duração desse período ainda é debatida, mas é visto como a causa principal da extinção dos dinossauros não aviários. Estima-se que 75% dos animais morreram, enquanto algumas plantas sobreviveram.

 

O que aconteceu com os animais após o impacto?

 

Todos os animais terrestres acima de 25 kg foram extintos, mas algumas linhagens de mamíferos, répteis e aves sobreviveram. As aves evoluíram para tamanhos maiores, e mamíferos grandes reapareceram somente 15 milhões de anos depois.

 

Qual a importância do local do impacto?

 

O local exato do impacto foi crucial. Se o asteroide tivesse caído em águas mais profundas, menos rochas teriam sido vaporizadas, reduzindo o bloqueio solar e a chance de extinção em massa.

 

Os dinossauros poderiam ter sobrevivido sem o impacto?

 

Sem o asteroide, alguns dinossauros não aviários poderiam ainda existir. Embora eles estivessem prosperando em números, poderiam não ter dominado o planeta, mas poderiam ter durado mais tempo.

 

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