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Saída de Merkel por doença seria um 'minitrauma', diz especialista

Para professor, despedida da primeira-ministra alemã já vem se desenhando por razões naturais e seria apenas acelerada caso ela esteja mesmo doente

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Merkel apresentou tremores em evento com o premiê finlandês Antti Rinne
Merkel apresentou tremores em evento com o premiê finlandês Antti Rinne

Nas últimas semanas, imagens da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, apresentando tremores vêm gerando especulações quanto ao futuro político do país. Isso voltou a acontecer nesta quarta-feira (10), quando ela se encontrou com o primeiro-ministro da Finlândia, Antti Rinne.

Como esse foi o terceiro episódio público em que Merkel foi vista com esse sintoma, os rumores de que ela poderia ter um caso ainda não divulgado de mal de Parkinson se intensificaram. Isso poderia acelerar o processo de desligamento dela do governo alemão.

Leia também: Entenda o Parkinson, doença que estaria afetando Angela Merkel

Para Leonardo Paz, professor de Relações Internacionais do Ibmec-RJ, uma eventual saída de Merkel do posto de premiê não deixaria o país sem liderança, nem à deriva. Após quase 14 anos no poder, ela já vem preparando sua sucessão nos últimos meses.


"Sem dúvida isso seria um minitrauma, não um grande trauma porque, na realidade, ela já está de saída. Ela já tem uma sucessora escolhida, que é a Annegret Kramp-Karrenbauer, não deve haver uma crise de sucessão na Alemanha", explica Paz.

Futuro na União Europeia?


O caminho natural, segundo ele, seria que Merkel se afastasse da liderança política da Alemanha daqui a dois anos, no máximo. Ela é primeira-ministra do país desde novembro de 2005 e, por sua liderança tanto interamente quanto na Europa como um todo, a especulação é que ela fosse para a Bélgica.

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"Já estavam cogitando que ela assumisse um cargo grande na União Europeia, seria um caminho natural. Nada acontece no bloco sem a anuência dela. Ela teve crises bem complicadas, como a crise econômica da Grécia e o conflito da Ucrânia com a Crimeia, e se consolidou dessa forma", explica.


Nem mesmo essa saída para a UE estaria clara, no entanto. O essencial, dentro do cenário político alemão, segundo o professor, é que ela deixe sua sucessora e então se afaste definitivamente do governo. 

"Ela não deu nenhuma dica sobre o próprio futuro na vida pública. A ideia de uma nova liderança na Alemanha já vinha sendo discutida, e com saída definitiva, para que o próximo governante não fique à sombra dela", analisa Paz.

Mesmo que o processo de sucessão já esteja em planejamento e, possívelmente, em implementação, não será uma transição livre de turbulências.

"Se ela realmente estiver com esse problema, acredito que saia mais cedo do que estava planejado e vai haver alguma celeuma porque ela é muito popular, mas não prevejo um grande trauma político. Se sair agora, sairá como uma das lideranças mais positivas da história da Alemanha", explica.

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