Sargento flagrado com cocaína em avião da FAB é condenado a 6 anos
Militar foi preso na Espanha com 39 quilos de cocaína enquanto viajava como membro da tripulação da comitiva do presidente Jair Bolsonaro
Internacional|Da EFE
O sargento brasileiro preso no ano passado com 39 quilos de cocaína enquanto viajava como membro da tripulação da comitiva do presidente Jair Bolsonaro, no aeroporto de Sevilha, no sul da Espanha, aceitou uma sentença de seis anos e um dia de prisão, além de uma multa de 2 milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões).
Nesta segunda-feira (24), um tribunal de Sevilla condenou Manoel Silva Rodrigues, para quem o Ministério Público pedia oito anos de prisão e uma multa de quatro milhões de euros, embora tenha recuado após o réu confessar o crime e afirmar estar "profundamente arrependido", segundo fontes judiciais informaram à Agência Efe.
Bolsonaro seguia para Osaka, no Japão, para a reunião de cúpula do G20. O militar, que fazia parte da comitiva do presidente, foi preso no aeroporto de Sevilha enquanto viajava com a droga, depois de voar de Brasília para Lisboa.
No tribunal, o sargento admitiu que ele carregava 37 pastilhas de cocaína na mala e que a droga foi entregue a ele no Brasil.
"Quem me entregou me disse que seu destino era a Suíça e que eu deveria levá-la para a Europa", disse Manoel, explicando em seguida que no dia de sua prisão, teve que ir a um shopping para levar a droga a um outro homem que ele não conhecia.
De acordo com o militar, essa foi "a primeira e única vez em sua vida que ele fez um ato tão errado".
Justiça Militar aceitou denúncia por tráfico
No mês passado, a Justiça Militar brasileira aceitou a denúncia por tráfico internacional de drogas contra o sargento, após denúncia do Ministério Público.
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Durante o julgamento, o militar justificou suas ações porque "estava passando por dificuldades econômicas" e afirmou que "um militar no Brasil não tem um bom salário".
"Estou profundamente arrependido. Peço desculpas ao Estado e ao povo espanhol por colocá-lo em seu país", disse Manoel Rodrigues, que no final enfatizou que "o castigo era justo" e que, após cumpri-lo, ele retornará ao Brasil para estar com sua família e encontrar um novo emprego.
A cocaína que transportava era 80% pura e estava avaliada em 1,4 milhão de euros (R$ 6,6 milhões na taxa de câmbio atual).