Sarkozy sob escuta em investigação de suposto financiamento de Gaddafi
Ditador líbio teria financiado a campanha eleitoral de 2007 do ex-presidente francês
Internacional|Do R7
A justiça francesa colocou o ex-presidente Nicolas Sarkozy sob escuta em 2013, quando investigava o suposto financiamento de sua campanha eleitoral de 2007 por parte do dirigente líbio Muanmar Gaddafi, afirma o jornal Le Monde.
Como parte da investigação, "discretamente, os juízes tomam uma decisão forte: colocam sob escuta o ex-presidente e dois de seus ex-ministros do Interior, Claude Guéant e Brice Hortefeux", escreve o jornal.
Segundo o advogado do ex-presidente, Thierry Herzog, citado pelo jornal Sarkozy "provavelmente continua sob escuta telefônica".
O jornal menciona na reportagem outra frente aberta para Sarkozy, o caso Liliane Bettencourt, herdeira do grupo L'Oréal.
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Segundo uma fonte ligada a este caso, uma conversa telefônica entre Sarkozy e seu advogado provocou a abertura, em 26 de fevereiro, de uma investigação judicial por tráfico de influência e violação do sigilo de instrução.
Na conversa, Sarkozy, presidente de 2007 a 2012, fala com Herzog sobre um juiz da Corte de Cassação da França, Gilbert Azibert. De acordo com a fonte, os dois conversam sobre a possibilidade de contactar este juiz para descobrir detalhes da instrução do caso Bettencourt.
Neste caso, aberto para investigar um possível "abuso de fragilidade", o nome de Sarkozy apareceu como possível beneficiário das doações da idosa milionária. O ex-presidente, no entanto, foi liberado do caso em outubro.
Herzog disse ao jornal que "não aconteceu nenhum tráfico de influência".
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Sarkozy foi acusado em março de 2013 por supostos abusos de fragilidade cometidos em detrimento de Liliane Bettencourt, em uma investigação sobre o possível financiamento ilegal de seu partido, a União por um Movimento Popular (UMP).
Era suspeito de ter recebido dinheiro da multimilionária, que sofre de senilidade, segundo uma perícia médica, para financiar sua campanha presidencial de 2007.
O jornal Le Monde também afirma que depois de deixar a presidência, em maio de 2012, Nicolas Sarkozy adquiriu um segundo telefone celular, "registrado com um nome fictício", para as conversas mais delicadas.
A nova revelação foi feita um dia depois do ex-presidente ter anunciado que denunciará as gravações feitas por um ex-conselheiro, Patrick Buisson.