Seguranças de presidente do Haiti não comparecem para depor
Responsáveis pela segurança de Jovenel Moise, morto no último dia 7 na residência oficial, não foram ao Ministério Público
Internacional|Do R7
Dois agentes de segurança do presidente haitiano Jovenel Moise, assassinato na última quarta (7), não responderam às convocações do Ministério Público (MP) de Porto Príncipe, encarregado da investigação criminal, declarou a AFP uma fonte judicial nesta quarta-feira (14).
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O chefe de segurança de Jovenel Moise, Dimitri Hérard, não compareceu nesta quarta-feira ao MP, assim como o comissário de divisão Jean Laguel Civil, coordenador de segurança do presidente, que deveria ter se apresentado na terça, de acordo com um comissário do MP.
Hérard foi convocado em função da aparente facilidade com a qual os assassinos mataram o chefe de Estado do Haiti. Ele também está sendo investigado por Bogotá por suas diversas viagens à Colômbia, onde residem vários dos suspeitos, e a outros lugares da América do Sul.
Patrick Laurent, membro do Colégio de Advogados de Porto Príncipe, declarou à AFP que o MP poderia "decidir encerrar o caso ou repassá-lo ao escritório de investigação, já que trata-se de um crime".
O chefe do MP de Porto Príncipe, Bed-Ford Claude, também poderia mobilizar a polícia para que os seguranças sejam levados até ele, completou.
Opositores interrogados
A promotoria de Porto Príncipe já interrogou três dirigentes de partidos políticos da oposição: os ex-senadores Youri Latortue e Steven Benoît e o ex-deputado Jerry Tardieu.
"Não sei nada sobre esse assassinato, que já condenei", disse Latortue após ser interrogado na terça-feira, pedindo à promotoria que "encontre os verdadeiros culpados" em vez de "ir atrás da oposição política".
Ainda há muitas áreas cinzentas na investigação da morte do presidente haitiano, assassinado por um comando armado em sua casa em 7 de julho.
A polícia haitiana anunciou a prisão de cerca de 20 pessoas, incluindo 18 colombianos e três haitianos (dois dos quais também têm nacionalidade americana), além de um suposto autor intelectual, Christian Emmanuel Sanon, um haitiano que chegou da Flórida.
A confusão política no Haiti, agravada pelo clima de violência no país mais pobre das Américas, levantou preocupações sobre uma explosão de infecções por covid-19, alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira.
“Estamos preocupados com o Haiti, que, em meio a uma convulsão política considerável, viu milhares de pessoas deslocadas devido ao aumento da violência e da instabilidade, congregando-se em abrigos que poderiam ser fontes de contaminação”, explicou a diretora da Opas, Clarissa Etienne.