Sobe para 304 o número de mortos após forte terremoto no Haiti
Tremor de magnitude 7,2 abalou o país neste sábado (14); situação do Haiti é considerada dramática e feridos ultrapassam 1,8 mil
Internacional|Do R7, com AFP e EFE
O forte tremor que abalou o Haiti neste sábado (14) provocou a morte de ao menos 304 pessoas, de acordo com novo boletim emitido pela Defesa Civil do país. Os números iniciais apontavam para 29 mortos. Segundo os novos dados divulgados, 160 das vítimas estavam no sul do território haitiano, onde foi registrado o epicentro do tremor, enquanto 100 estavam em Grand'Anse, um dos departamentos mais afetados na catástrofe.
Ainda conforme o balanço da Defesa Civil, já foram notificados 1,8 mil feridos em decorrência do terremoto de magnitude 7,2.
O tremor sacudiu o país por volta das 8h30 (9h30 no horário de Brasília), a 12 km da cidade de São Luís do Sul, localizada a 160 km da capital haitiana, Porto Príncipe, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS). E chegou a ser sentido também na República Dominicana e em Cuba, tendo uma réplica com magnitude de 5,2 graus, a 17 quilômetros da localidade de Chantal.
Situação dramática
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, classificou a situação do país como "dramática" e declarou estado de emergência. Em uma mensagem publicada no Twitter, o premiê clamou pelo "espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos", para enfrentar "esta situação dramática que vivemos atualmente."
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou uma "resposta americana imediata" para ajudar o Haiti após ser informado sobre o terremoto. Ele também nomeou a diretora da Agência dos EUA para o desenvolvimento (Usaid), Samantha Power, como alta executiva para coordenar esse esforço.
O tremor foi sentido em todo o país e danos materiais já foram registrados em várias cidades, segundo imagens postadas nas redes sociais por testemunhas no sudoeste da ilha.
"Eu estava dentro da minha casa quando tudo começou a tremer, estava perto de uma janela e vi todas as coisas caindo", relatou à AFP Christella Saint Hilaire, de 21 anos, que mora perto do epicentro do terremoto.
"Um pedaço de parede caiu nas minhas costas, mas não me machuquei muito", continuou a jovem. "Várias casas desabaram completamente", assegurou.
Em vídeos compartilhados online, os residentes filmaram as ruínas de vários edifícios de concreto, incluindo uma igreja em que uma cerimônia aparentemente estava acontecendo na manhã de sábado na cidade de Les Anglais, 200 quilômetros a sudoeste de Porto Príncipe.
Crise sociopolítica
O país mais pobre das Américas ainda se lembra do terremoto de 12 de janeiro de 2010, que devastou a capital e várias cidades do interior. Mais de 200 mil pessoas morreram e mais de 300 mil outras ficaram feridas no desastre.
Mais de um milhão e meio de haitianos ficaram desabrigados, colocando as autoridades e a comunidade humanitária internacional diante do desafio colossal da reconstrução de um país sem registro de terras ou normas para uma construção segura.
Sem conseguir enfrentar este desafio de reconstrução, o Haiti, que também é regularmente atingido por furacões, mergulhou em uma crise sociopolítica aguda.