Sobrevivente de tiroteio na Flórida: 'Criança de 19 anos pode ter arma?'
Brasileira Kemily dos Santos Duchini, sobrevivente do massacre na Florida, retoma debate sobre liberação de armas nos EUA
Internacional|Cristina Charão, do R7
O atirador da escola Stoneman Douglas, localizada em Parkland, na Flórida, nos Estados Unidos, Nikolas Cruz, de 19 anos, tinha em mãos um rifle AR-15 com a qual matou ao menos 17 pessoas na última quarta-feira (14).
Sobrevivente do massacre, a brasileira Kemily dos Santos Duchini, que é aluna do colégio, questionou a liberação da venda de armas em entrevista exclusiva ao R7: “Esse menino tinha 19 anos e tem idade para ter uma arma, só que uma criança de 19 anos pode ter uma arma?”
Assista à entrevista exclusiva do R7:
“Acho que segurança tem que ser reforçada. A gente nunca acha que vai acontecer com a gente e nunca pensa no porte de arma. Nesse momento, você começa a pensar: ‘Quem está controlando? Quem está vendo quem está comprando essa arma, se ele tem licença?’, pergunta.
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Em seguida, emendou: “[Ele está] preparado? A idade tem que ser mudada? Alguma coisa assim? Porque 19 anos ele fez isso? Você precisa de mais cabeça para ter uma arma. Não pode só vender uma arma para qualquer um. É difícil esse assunto”.
Vizinho do atirador
A adolescente explicou ao R7 ser vizinha do atirador, uma vez que ele mora “a seis casas de distância”, segundo as palavras da mãe, Fabiana dos Santos.
“Na verdade, onde ele estava ficando era a casa de um amigo que o acolheu porque a mãe adotiva dele morreu em novembro, depois de uma gripe forte. [...] Inclusive, eu não conhecia o amigo dele, mas o via com frequência. Pegava um ônibus para voltar da escola”, relembra.
“Tem dois condomínios na minha rua, um deles só tem quatro ou três casas. Ele sempre ia para esse lado e é muito esquisito alguém morar lá. Ele sempre ia para lá, eu nunca prestei atenção, mas percebi que ele não morava numa rua adequada, bonita”, descreve.
Ajuda de Deus
A mãe da garota, que vive há 18 anos nos Estados Unidos, disse que o fato de a filha ter sobrevivido não se deve à sorte.
“Ela não teve sorte de estar viva, ela teve Deus ali na sala de aula. Tanto que ela mesma falou: ‘Mãe, quando ele passou no segundo andar, eu vi o tiro provavelmente nas classes em volta, mas na minha ele não fez nada. Provavelmente ele passou e subiu para o terceiro andar’”, finaliza.