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Software israelense Pegasus ajudou a espionar repórteres e ativistas

Projetado para rastrear criminosos e terroristas, Pegasus teria sido usado contra jornalistas, políticos e ativistas, aponta imprensa

Internacional|Do R7, com EFE e AFP

No centro da polêmica, spyware Pegasus foi criado pela empresa israelense NSO Group
No centro da polêmica, spyware Pegasus foi criado pela empresa israelense NSO Group No centro da polêmica, spyware Pegasus foi criado pela empresa israelense NSO Group

Um software israelense projetado para rastrear criminosos e terroristas foi usado para grampear pelo menos 37 telefones celulares pertencentes a repórteres, ativistas de direitos humanos, diretores de empresas e duas mulheres próximas ao jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto por um esquadrão saudita em 2018.

Essa é uma das principais conclusões de uma investigação publicada neste domingo (18) e realizada pelo jornal americano "The Washington Post" e outros 16 veículos de comunicação com a ajuda da Anistia Internacional e da ONG francesa Forbidden Stories.

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A AI e a Forbidden Stories tiveram acesso a uma lista de mais de 50 mil números de telefone e os compartilharam com a imprensa, que os utilizou para suas investigações. Desses 50 mil, 37 foram grampeados com o uso do software.

O programa no centro da polêmica é o spyware chamado Pegasus, criado pela empresa de tecnologia israelense NSO Group, que o vende para até 60 agências militares, de inteligência e de segurança em 40 países do mundo.

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Vulnerabilidades

O Pegasus ganhou as manchetes pela primeira vez em 2016, quando o prestigiado Citizen Lab, da Universidade de Toronto, descobriu vulnerabilidades no iOS, o sistema operacional móvel da Apple. Mais tarde, em 2019, 1,4 mil pessoas foram vítimas de espionagem por meio do software, que explorou uma vulnerabilidade do WhatsApp para se infiltrar nos telefones.

Agora, entretanto, o "The Washington Post" revelou a existência de uma lista de 50 mil números de telefone pertencentes a países conhecidos por espionagem de seus cidadãos ou que são clientes do NSO Group.

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Desses números, os autores da investigação conseguiram identificar 1 mil pessoas vivendo em 50 países e incluem vários membros de famílias reais árabes, pelo menos 65 funcionários do alto escalão de empresas, 85 ativistas de direitos humanos, 189 jornalistas e mais de 600 políticos e autoridades governamentais, incluindo chefes de estado e de governo, ministros e diplomatas.

A lista inclui números de telefone de jornalistas de veículos de todo o mundo, como AFP, "The Wall Street Journal", CNN, "The New York Times", Al-Jazeera, France 24, Radio Free Europe, Mediapart, "El País", Associated Press, "Le Monde", Bloomberg, "The Economist", Reuters e Voice of America, informou o "The Guardian".

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Os relatórios apontam que muitos números da lista estão concentrados em 10 países: Azerbaijão, Barein, Hungria, Índia, Cazaquistão, México, Marrocos, Ruanda, Arábia Saudita e Emirados Árabes.

Ferramenta invasiva

O Pegasus é uma ferramenta extremamente invasiva, que pode ligar a câmera e o microfone do celular, bem como acessar dados do dispositivo, convertendo-o em um espião de bolso. Em alguns casos, ele pode ser instalado sem a necessidade de enganar o usuário para que ele realize um download.

Em comunicado divulgado neste domingo (18), o NSO afirma que o relatório da Forbidden Stories está "repleto de suposições errôneas e teorias infundadas" e ameaça entrar com um processo de difamação contra a organização.

"Como o NSO declarou anteriormente, nossa tecnologia não está, de forma alguma, relacionada ao assassinato hediondo de Jamal Khashoggi", assinalou a empresa.

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