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Sri Lanka: grupo suspeito de ataque é jovem e já atuou contra budistas

National Thowheeth Jama’ath é apontado como principal organização por trás de atentados. País tem 70,2% da população formada por budistas

Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7, com agências internacionais

Série de ataques deixou 290 mortos e mais de 500 feridos
Série de ataques deixou 290 mortos e mais de 500 feridos

Pouco menos de 24h após a série de ataques que deixou 290 mortos e mais de 500 feridos no Sri Lanka, o governo do país admitiu, nesta segunda-feira (22), que falhou ao não agir diante de alertas emitidos pela polícia sobre uma possível ameaça às igrejas feita pelo grupo National Thowheeth Jama'ath. Os avisos teriam sido comunicados cerca de dez dias atrás.

A principal suspeita é de que organização — formada por extremistas islâmicos ainda pouco conhecidos — teria agido por motivos religiosos.

No Sri Lanka, 70,2% da população é formada por budistas. Outros 12,6% são hindus e 9,7% são muçulmanos. Os católicos — principal alvo dos atentados de domingo (21) — totalizam 6,1%, enquanto outros grupos cristãos representam 1,3% da população.

Ajuda de grupos internacionais


Em entrevistas à mídia local, experts em contraterrorismo disseram que o plano de ataques tão extenso e bem planejado — foram oito explosões em hotéis e igrejas onde centenas de fiéis se reuniram para celebrar a Páscoa — provavelmente foi elaborado com a ajuda de grandes organizações terroristas internacionais.

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Amarnath Amarasingam, especialista em extremismo no Sri Lanka, afirmou ao jornal americano The New York Times que o alvo dos atentados e o método de explosões reforçam a possibilidade de participação estrangeira: "Não há razões para grupos extremistas locais atacarem igrejas e poucos motivos para atacarem turistas".


Até 2009, o Sri Lanka foi assolado por décadas de guerra civil, mas não apresenta um histórico de violência islâmica. Os atentados com homens-bomba que ocorreram no país desde os anos 1980 costumavam ser perpetrados por guerrilhas da minoria étnica Tamil e tinham objetivos separatistas — os alvos eram, em sua maioria, líderes políticos, e não religiosos.

Sem mandantes experientes


O NYT aponta que National Thowheeth Jama’ath é um grupo pequeno de muçulmanos que começou a atuar há cerca de três anos no leste do Sri Lanka, longe dos centros financeiros e corporativos do país. Até pouco tempo atrás, era visto como um movimento antibudista, tendo depredado estátuas budistas em território nacional. Um de seus principais secretários, Abdul Razik, já havia sido preso por incitar o racismo.

Os especialistas em contraterrorismo acreditam que a organização seja formada quase que totalmente por jovens, especialmente os recém-graduados em escolas islâmicas. O National Thowheeth Jama’ath parece ainda não ter hierarquia ou organização estrutural, sem líderes mais antigos. Este perfil — de militantes com raízes nas comunidades mas sem mandantes experientes — é predominante entre aqueles estabelecidos como afiliados do Daesh (também conhecido como Estado Islâmico) no universo muçulmano.

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