Suspender as quarentenas agora é perigoso, alerta OMS
Países se preocupam com impactos na economia por causa dos isolamentos, mas antes precisam garantir que contágios estão sob controle
Internacional|Do R7
Suspender as quarentenas agora, de maneira irresponsável e apressada, é perigoso, alertou o diretor geral da OMS, Tedros Adanon, que ressaltou que também gostaria de ver o fim das restrições, mas apenas se os países tiverem como garantir que não terão novos picos de infecção do coronavírus.
As quarentenas e restrições forçaram milhões de pessoas a ficarem em casa, afetando a economia e gerando mal-estar entre a organização e governos pelo mundo. Nos Estados Unidos, a quarentena não foi decretada em nível nacional, ainda que o país seja o epicentro da doença no mundo, e no Brasil a medida é criticada pelo impacto na economia.
Porém, países europeus, como a Itália e a Espanha, os dois países com o maior número de mortos no mundo, decidiram expandir as quarentenas, que já duram mais de um mês.
Tedros disse que os países devem garantir que a suspensão das restrições e o retorno da normalidade e rotina nas cidades não vai gerar novos picos de infecção ou aumentar o número de mortos.
Para isso, os governos devem ter certeza de que as transmissões estão controladas e que há serviço médico de qualidade disponível para a população, além de garantir que as medidas preventivas são suficientes para evitar novos contágios em locais como escolas e ambientes de trabalho.
Desde os começo da pandemia, países fecharam fronteiras e impediram que turistas chegassem a seus territórios, e governos devem conseguir gerenciar os riscos de casos importados antes de liberar as quarentenas, além de comunidades estarem alertas sobre as transmissões.
Queda na Europa, aumento na África
Ainda que não esteja controlada, a pandemia de coronavírus está desacelerando na Europa e países como Itália, Espanha, França e Espanha já apresentaram quedas nos números de mortos pela doença.
Porém, outros países estão mostrando um crescimento rápido np número de casos, como no continente africano. A região tem um número relativamente pequeno de infectados, mas acelerando.
Outra preocupação da OMS também é o número crescente de médicos, enfermeiros e profissionais da saúde infectados pelo coronavírus. Em alguns países, o número de doentes pode chegar a até 10%.
“Quando profissionais da saúde estão em risco, todos estamos em risco”, disse Tedros.
Segundo ele, esses profissionais estão sendo contaminados em casa ou nas comunidades em que vivem. Outro problema também são os longos e exaustivos plantões, o contato com um alto número de pacientes e nem todos têm acesso aos equipamentos que precisam para se proteger durante o trabalho.
Com isso, a organização está preparando um novo envio de materiais médicos para os países que mais precisam dos equipamentos para proteger os médicos e evitar o aumento de número de contágios pelo coronavírus.