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Taiwan: presidente confirma presença de tropas americanas

Líder disse que soldados ajudam a ilha a formar seu exército e que tem fé que os EUA defenderão a região contra a China

Internacional|Do R7

Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, participa de uma festa de gala na véspera do Dia Nacional de Taiwan na Base Aérea de Hsinchu
Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, participa de uma festa de gala na véspera do Dia Nacional de Taiwan na Base Aérea de Hsinchu

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, confirmou a presença de um número reduzido de tropas americanas para ajudar a formar o exército da ilha e disse ter "fé" que os Estados Unidos defenderão a ilha contra a China, durante entrevista transmitida na quarta-feira (27) pela rede CNN.

As declarações de Tsai Ing-wen provocaram a imediata reação da China, que criticou duramente, nesta quinta (28), a presença de militares americanos em Taiwan.

"Nós nos opomos firmemente a qualquer forma de intercâmbios oficiais e contatos militares entre Estados Unidos e Taiwan", disse à imprensa o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin. 

No início do mês, uma fonte do Pentágono confirmou pela primeira vez a presença de tropas americanas em Taiwan. Até agora, no entanto, nenhum líder da ilha havia admitido esta presença, publicamente, desde a saída da última guarnição americana em 1979. Neste ano, Washington transferiu seu reconhecimento diplomático de Taipei para Pequim.


Ao ser questionada sobre quantos soldados americanos se encontram estacionados em Taiwan, Tsai respondeu: "não tantos quanto as pessoas pensam".

"Temos uma ampla cooperação com os Estados Unidos com o objetivo de aumentar nossas capacidades defensivas", afirmou.


À pergunta sobre se confiava em uma ajuda americana em caso de ataque da China, a presidente taiwanesa respondeu: "Tenho fé".

Em um discurso para deputados nesta quinta, o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-Cheng, retomou a questão. 


"Temos intercâmbios pessoais, e eles estão aqui para cooperação militar. Mas isso é diferente, segundo minha definição, de ter 'tropas estacionadas'", afirmou.

Ambiguidade estratégica

Ontem, o presidente americano, Joe Biden, disse que os EUA estão "profundamente preocupados com as ações coercitivas e agressivas da China no estreito de Taiwan". As tensões foram aumentando, em meio às incursões aéreas chinesas perto da ilha.

Estas ações "ameaçam a paz e a estabilidade regionais", acrescentou Biden, conforme uma gravação de suas declarações obtida pela AFP. 

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O secretário de Estado americano, Antony Blinken, também provocou a ira de Pequim, ao defender na terça-feira a "participação significativa" de Taipei nos órgãos da ONU e na cena internacional. 

"A exclusão de Taiwan mina o importante trabalho da ONU e de suas agências", frisou, insistindo em que a contribuição da ilha é necessária para abordar "um número sem precedentes de desafios globais".

"Taiwan não tem direito de participar da ONU", respondeu Pequim imediatamente, por meio do porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan, Ma Xiaoguang. 

É provável que a delicada questão de Taiwan fragilize ainda mais as relações entre Estados Unidos e China, que passam por seu ponto mais baixo em anos. Na semana passada, Biden pareceu querer enviar uma nova mensagem de firmeza a Pequim.

Ao ser perguntado na semana passada sobre a possibilidade de uma intervenção militar americana para defender Taiwan, no caso de um ataque chinês, o presidente dos EUA respondeu afirmativamente: "Sim, estamos comprometidos nesse sentido".

Sua declaração pareceu contradizer a velha postura de "ambiguidade estratégica" americana. No âmbito desta política, Washington ajuda Taiwan a construir e reforçar sua defesa, mas sem prometer, explicitamente, apoiar a ilha em caso de ataque.

A fala de Biden não foi bem recebida em Pequim e, pouco depois, o governo americano garantiu que mantém "sem alterações" sua política em relação a Taiwan.

A China considera Taiwan como uma de suas províncias, embora não controle esta ilha de 23 milhões de habitantes, e prometeu reunificá-la - à força, se necessário. 

"O princípio de uma única China é a base das relações sino-americanas", ressaltou o porta-voz da diplomacia chinesa nesta quinta-feira. 

"Os Estados Unidos não devem subestimar a forte determinação do povo chinês em defender sua soberania e integridade territorial", advertiu Wang. 

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