Taleban do Afeganistão cancela negociações de paz com EUA
Lideranças do grupo dizem que há 'divergências de agenda' com norte-americanos, que mantêm tropas no país desde 2001
Internacional|Do R7
O Taleban do Afeganistão disse, nesta terça-feira (8), ter cancelado negociações de paz com autoridades norte-americanas que seriam realizadas no Catar nesta semana devido a uma “divergência de agendas”, especialmente em relação ao envolvimento de autoridades afegãs, um possível cessar-fogo e uma troca de prisioneiros.
Dois dias de negociações de paz começariam na quarta-feira, disseram autoridades do Taleban anteriormente à Reuters, mas o grupo radical islâmico se recusou a permitir que “marionetes” afegãs participassem das conversas.
A guerra no Afeganistão, a mais longa intervenção militar dos Estados Unidos no exterior, já custou quase um trilhão de dólares a Washington e deixou dezenas de milhares de mortos.
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“As autoridades dos EUA insistiram que o Taleban deveria encontrar autoridades afegãs no Catar, e ambos os lados discordam sobre declarar um cessar-fogo em 2019”, disse à Reuters uma fonte do Taleban.
“Ambos os lados concordaram em não se encontrar no Catar”.
O porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, disse anteriormente que os dois lados ainda estavam elaborando detalhes técnicos e não ficou claro qual era a agenda das conversas.
A embaixada dos EUA em Cabul não respondeu de imediato a pedido por comentário sobre o cancelamento.
EUA estão no Afeganistão desde 2001
As negociações, que teriam sido as quartas com o enviado especial norte-americano Zalmay Khalilzad, discutiriam a retirada dos Estados Unidos do país, uma troca de prisioneiros e a suspensão de uma proibição de trânsito para líderes do Taleban, disse à Reuters um dos líderes do grupo.
Fontes do Taleban disseram que o grupo havia exigido que os Estados Unidos libertassem 25 mil prisioneiros e, em troca, eles libertariam 3 mil, mas que as autoridades norte-americanas não estavam dispostas a discutir a troca nesse momento.
Os Estados Unidos, que enviaram tropas ao Afeganistão após os ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington e que, no auge da mobilização tinham mais de 100 mil tropas no país, retiraram a maior parte de suas forças da área em 2014.
Washington mantém cerca de 14 mil tropas no Afeganistão como parte de uma missão liderada pela Otan, ajudando forças de segurança afegãs e combatendo militantes.