O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ratificou nesta quinta-feira (22) a vitória de Nicolás Maduro na eleição presidencial de 28 de julho. Além disso, a mais alta corte do país considerou que a oposição de falsificou os dados apresentados para contestar o resultado do pleito. O tribunal, presidido por Caryslia Beatriz Rodríguez Rodríguez, assegurou que irá responsabilizar líderes da oposição que publicaram apurações independentes que mostravam uma ampla vitória do candidato Edmundo González Urrutia.A decisão dos magistrados foi lida por Caryslia. “Este tribunal certifica de forma inquestionável o material eleitoral pericial e valida os resultados da eleição presidencial de 28 de julho de 2024, emitidos pelo [CNE] Conselho Nacional Eleitoral, onde o cidadão Nicolás Maduro Moros foi eleito presidente da República Bolivariana da Venezuela para o mandato constitucional período 2025-2031.″O Conselho Nacional Eleitoral, órgão comandado por chavistas, não divulgou os boletins de urna, o que levou a uma série de questionamentos, inclusive internacionais, sobre a transparência da eleição.A oposição, liderada por María Corina Machado, repete o discurso de que venceu com 83,5% dos votos. O CNE, entretanto, afirma que Maduro obteve 51,95% dos votos, contra 43,18% de González. O desfecho, porém, é alvo de questionamentos devido à falta de transparência. O Carter Center, um dos principais observadores das eleições venezuelanas, alegou não ser possível verificar a autenticidade do resultado do pleito. Imediatamente após a decisão desta quinta-feira, o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) se manifestou sobre a credibilidade da justiça venezuelana. “O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela foi solicitado a auditar os resultados eleitorais anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral. A Missão de Determinação dos Fatos sobre este país alerta sobre a falta de independência e imparcialidade de ambas as instituições.”María Corina foi às redes sociais para criticar o veredito do tribunal. “Não há manobra que possa conferir um pingo de legitimidade a Nicolás Maduro, face ao golpe de estado contra a constituição que pretendem perpetrar”, escreveu no X.