Trump determina que FBI reabra investigação sobre Kavanaugh

Ele ressaltou porém que a atualização a respeito do indicado para a Suprema Corte tem de ser concluída em menos de uma semana

28/09/2018 - 19h57 (Atualizado em 20/04/2024 - 14h55)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que determinou ao FBI que reabra sua investigação sobre Brett Kavanaugh, indicado por ele à Suprema Corte, por alegações de má conduta sexual, mas disse que o trabalho precisa estar concluído em menos de uma semana.

"Eu ordenei ao FBI que conduza uma investigação suplementar para atualizar a ficha do juiz Kavanaugh. Como o Senado requisitou, essa atualização deve ser limitada em escopo e concluída em menos de uma semana", disse Trump em nota.

Veja a galeria: audiência sobre acusação de abuso de Kavanaugh gera protestos

Manifestantes foram detidos nesta quinta-feira (27) enquanto protestavam em frente ao Senado dos Estados Unidos contra a indicação do juiz Brett Kavanaugh ao Supremo Tribunal do país. Kavanaugh já foi acusado de agressão sexual a pelo menos três mulheres

A psicóloga e professora universitária Christine Blaisey Ford se apresentou no Senado dos Estados Unidos para acusar publicamente o juiz Brett Kavanaugh de abuso. Ela foi a primeira mulher a denunciar o juiz. Kavanaugh foi indicado por Donald Trump para assumir o cargo de juiz da Suprema Corte dos EUA e a audiência com Ford faz parte de seu processo de aprovação pelos parlamentares

Nos Estados Unidos, a semana foi agitada. Na última quinta-feira (27) o juiz Brett Kavanaugh, indicado pelo presidente Donald Trump ao Surpemo Tribunal do país teve que testemunhar perante o Senado sobre as acusações de agressão sexual contra ela. A primeira acusadora, a psicóloga Christine Ford também participou da audiência e afirmou que o juiz tentou estuprá-la em uma festa, quando ela tinha apenas 15 anos

A acusação, uma das mais importantes desde o início do movimento #MeToo, mobilizou centenas de mulheres que foram protestar no Senado, dizendo que elas acreditam em Ford. Além da psicóloga, outras duas mulheres deram relatos de outros abusos cometidos por Kavanaugh

Outras manifestantes pediram que o nome do juiz seja rejeitado pelo Congresso. Se Kanavaugh passar a integrar a Suprema Corte, seu cargo será vitalício

Por outro lado, outros manifestantes foram até o Senado acompanhar a audiência pedindo que o nome de Kanavaugh seja confirmado. O juiz é conservador e já se posicionou contra o aborto e os direitos reprodutivos das mulheres. Ele foi indicado pelo presidente Donald Trump

Ford fez um depoimento contado detalhes da noite do abuso, quando ela tinha 15 anos. Além de responder aos questionamentos dos 21 senadores presentes, ela está sendo interrogada por Rachel Mitchell, uma promotora especializada em crimes sexuais. Mitchell também irá interrogar Kavanaugh

Ford disse aos senadores que tem "100% de certeza" sobre o que aconteceu e que não pode "absolutamente" estar confundindo Kavanaugh com outra pessoa

Leia também: Indicado de Trump à Suprema Corte tem dia decisivo no Senado dos EUA

O presidente do Comitê Judiciário do Senado, o republicano Chuck Grassley, fez a abertura da audiência e criticou partes do processo. Grassley destacou o currículo de Kanavaugh e o fato de que ele já havia passado por seis checagens de antecedentes antes das acusações de Ford. Ele ainda chamou o pedido de investigação por parte do FBI de "obstrução"

A senadora democrata Dianne Feinstein foi uma das pessoas que exigiu a investigação do FBI. Ela deu uma leve alfinetada no colega, dizendo que Ford não havia sido devidamente apresentada. Feinstein, então, leu o currículo de Ford. Depois, ela agradeceu a professora: "Sou muito grata a você por sua força e sua bravura em avançar. Eu sei que é difícil"

Manifestantes foram detidos nesta quinta-feira (27) enquanto protestavam em frente ao Senado dos Estados Unidos contra a indicação do juiz Brett Kavanaugh ao Supremo Tribunal do país. Kavanaugh já foi acusado de agressão sexual a pelo menos três mulheres