O Congresso dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (30) as declarações fisicais do ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021) que mostram que o empresário não pagou nenhum imposto federal em 2020, ano em que foi derrotado por Joe Biden quando buscava a reeleição.
Um comitê da Câmara dos Representantes controlado pelos democratas divulgou as declarações fiscais de Trump referentes ao período de 2015 a 2020, encerrando um longo processo judicial no qual o magnata tentou impedir a liberação desses dados.
Os documentos revelam que o ex-presidente republicano pagou 642 mil dólares em 2015, quando lançou a candidatura presidencial; mas apenas 750 dólares tanto em 2016 como em 2017, seu primeiro ano na Casa Branca.
Em 2018, Trump pagou perto de 1 milhão de dólares, e mais de 133 mil dólares em 2019, mas nenhum dólar em 2020, ano em que ele perdeu a eleição para o democrata Joe Biden.
Trump, que busca ser novamente candidato em 2024, havia pedido à Suprema Corte que mantivesse o sigilo das declarações fiscais, mas o tribunal rejeitou a solicitação em 22 de novembro.
Além disso, na semana passada foi divulgado que o Departamento da Fazenda não auditou os impostos de Trump durante os dois primeiros anos de mandato, 2017 e 2018, embora fosse obrigado a fazê-lo, e não começou a analisar os dados até o Congresso solicitar essa informação, em 2019.
"Um presidente não é um contribuinte comum. Ele tem poder e influência diferentes de qualquer outro americano. E com grande poder vem uma responsabilidade ainda maior", disse o presidente do comitê legislativo, o congressista democrata Richard Neal.
Em comunicado, Trump criticou nesta sexta-feira a publicação de suas declarações fiscais, dizendo que "os democratas nunca deveriam ter feito isso, e a Suprema Corte nunca deveria ter aprovado", porque essa prática conduzirá a "coisas horríveis para muita gente".
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No entanto, o magnata argumentou que os poucos impostos pagos ao longo dos anos apenas mostram quão "bem-sucedido" ele foi na utilização de "benefícios fiscais" e na criação de "milhares de empregos".
A batalha por essas declarações remonta a 2019, quando o comitê emitiu uma intimação para o acesso a essa informação como parte da investigação sobre possíveis violações fiscais por parte de Trump.
Trump se tornou o primeiro presidente dos EUA desde Gerald Ford (1974-1977) a não divulgar todos os anos as declarações fiscais — uma tradição que os antecessores consideravam fazer parte do dever de transparência e responsabilidade perante o povo.