Trump proíbe depoimento de embaixador sobre caso da Ucrânia
Presidente disse que Congresso tirou direitos dos republicanos durante investigação. Advogado do diplomata disse que ele está triste por não depor
Internacional|Da EFE
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que seu embaixador na União Europeia (UE), Gordon Sondland, que não preste depoimento nesta terça-feira (8) perante os comitês do Congresso que investigam o caso de pressão política na Ucrânia para submeter o republicano a um eventual julgamento político.
"Eu adoraria enviar o embaixador Sondland, um homem realmente bom e grande americano, para testemunhar", disse o presidente, em sua conta no Twitter.
"Mas infelizmente, ele testemunharia diante de um tribunal de cangurus totalmente comprometido, onde os direitos aos republicanos foram retirados e fatos verdadeiros não foram levados ao público", completou.
O outro lado
Por sua parte, Robert Luskin, advogado do diplomata, disse em um comunicado que "o embaixador Sondland está profundamente decepcionado por não poder testemunhar hoje".
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"Sondland acredita firmemente que atuou, em todos os momentos, no melhor interesse dos Estados Unidos e está pronto para responder plena e sinceramente as perguntas do comitê", acrescentou Luskin, indicando que seu cliente, como embaixador interino e funcionário do Departamento de Estado, "tem a obrigação de cumprir" as ordens do presidente.
Da mesma forma que outros funcionários, Sondland está envolvido no caso em que Trump pediu ao governo ucraniano que investigasse supostos negócios do ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e de seu filho Hunter.
Joe Biden é o favorito para conseguir a indicação presidencial dos democratas e enfrentar Trump nas eleições de 2020.
De acordo com trocas de mensagens eletrônicas entre Sondland e outros diplomatas dos EUA na Ucrânia, alguns funcionários do alto escalão do Departamento de Estado expressaram sua preocupação de que Trump possa ter retido US$ 391 milhões em ajuda militar à Ucrânia para pressionar o governo daquele país para investigar Biden.
A Câmara dos Representantes, onde os democratas têm maioria, iniciou uma investigação que poderia levar ao julgamento político de Trump, mas também deve ser aprovada pelo Senado, onde os republicanos têm maioria.