Trump revida contra redes sociais e assina decreto controverso
Presidente dos EUA assina decreto em retaliação contra o Twitter, que marcou dois de seus posts como 'informações incorretas' e outras redes
Internacional|Do R7
Dois dias após ter dois de seus posts no Twitter desmentidos por conter informações incorretas, o presidente dos EUA, Donald Trump, revidou assinando um decreto que mira as atuações de redes sociais nesta quinta-feira (28).
Segundo a CNN norte-americana, o decreto assinado por ele acusa o Twitter de 'censura' e Facebook e Google de 'lucrarem com anúncios e vigilância chinesa' sobre cidadãos norte-americanos. Ainda não está claro se essas empresas poderão ser fechadas pelo governo e elas não se manifestaram a respeito.
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Ao assinar o decreto, Trump alegou que estava "defendendo a liberdade de expressão" e que as redes sociais teriam "poder para censurar, restringir, editar, moldar, esconder ou alterar qualquer forma de comunicação entre cidadãos e grandes audiências", sem apresentar provas.
Na ocasião, o presidente norte-americano diz que espera que o decreto, que não passou pelo Congresso do país, seja questionado nos tribunais, mas diz que ele "deve se sustentar". Segundo a imprensa do país, ele pode ser declarado inconstitucional por afrontar a primeira emenda da Constituição dos EUA.
A lei altera uma regulamentação do setor, feita em 1996, e permitiria que as empresas fossem processadas por alterar o conteúdo feito pelos usuários.
Trump repetiu conteúdos sinalizados como fake
Aplicando a sua recente política de checagem de dados, o Twitter sinalizou dois tuítes de Trump com um alerta azul, colocando uma exclamação debaixo dos tuítes para avisar que as afirmações eram falsas e que foram desmentidas por verificadores de fatos.
No início da manhã da quarta-feira, o presidente republicano voltou a atacar os votos pelo correio. Trump publicou tuítes semelhantes sobre o tópico na terça-feira.
A pressão sobre as redes sociais aumentou após os escândalos da Cambridge Analytica e as investigações sobre a interferência russa nas eleições de 2016, que deram a vitória a Donald Trump. O Twitter, assim como o Facebook, vem mudando suas políticas de verificação de informações, passando de uma abordagem passiva para ações de busca, sinalização e até eliminação de conteúdos e páginas considerados fontes de desinformação ou de informações falsas.
Até o momento, nenhuma das várias investigações em curso sobre o funcionamento das redes sociais apontou qualquer viés desfavorável ao que Trump chama de "vozes conservadoras", em geral, grupos de direita, ultradireita e nacionalistas que estão na sua base de apoio.